Starlink: astrônomos pressionam governo dos EUA para segurar lançamentos

Um grupo de 120 astrônomos e cientistas espaciais está solicitando que os lançamentos da Starlink, da SpaceX, sejam pausados até que os EUA avaliem completamente os impactos ambientais das grandes constelações de satélites.

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Desde os primeiros lançamentos de satélites Starlink, os cientistas demonstraram preocupação com os impactos de uma mega constelação na órbita terrestre. Em 2022, os satélites já eram responsáveis por mais de 5.000 rastros luminosos em imagens capturadas pelo Zwicky Transient Facility, do Palomar Observatory.

Além disso, os satélites aumentam as preocupações relacionadas ao lixo espacial. Estima-se que, em 2035, cerca de 28.000 fragmentos perigosos atinjam a Terra anualmente, caso a SpaceX leve adiante os planos de implementar mais de 40 mil unidades.


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Representação de uma reentrada de objeto na atmosfera (Imagem: Reprodução/ESA-D. Ducros)

Em carta enviada à Comissão Federal de Comunicações (FCC) no dia 24 de outubro, o grupo de cientistas expressou essas preocupações, argumentando que é possível oferecer internet acessível sem cercar o planeta com milhares de satélites descartáveis que ameaçam o meio ambiente, colocam a população em risco e atrapalha as pesquisas astronômicas.

O descarte de satélites Starlink, projetados para queimar na atmosfera ao final de sua vida útil, pode ter impactos ambientais incertos, de acordo com o grupo. Isso inclui possíveis danos à camada de ozônio e aumento da presença de gases e metais prejudiciais à atmosfera terrestre.

A carta defendende uma análise cuidadosa dos benefícios e riscos antes de avançar com as megaconstelações. Além da SpaceX, a Amazon deve implementar seus próprios satélites seguindo os mesmos moldes. Outras empresas estão na corrida, como a OneWeb.

Em 2022, o US Government Accountability Office recomendou uma revisão ambiental de grandes constelações de satélites, mas essa análise ainda não foi feita. A carta solicita que a FCC atenda a essa recomendação, acrescentando que “os reguladores também devem perguntar se realmente precisamos de múltiplas constelações descartáveis ​​competindo pelo mesmo espaço limitado”.

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