Relembre a chacina da Candelária, caso que virou série na Netflix

A Netflix estreia, nesta quarta-feira (30/10), a minissérie Os Quatro da Candelária, que acompanha quatro jovens amigos tentando sobreviver nas ruas do Rio de Janeiro, enquanto buscam apoio uns nos outros e sonham com um futuro melhor, até que uma tragédia acontece.

Dividida em quatro episódios, a produção é protagonizada por Patrick Congo (Sete), Wendy Queiroz (Pipoca), Andrei Marques (Jesus) e Samuel Silva (Douglas) e relembra uma das mais cruéis tragédias do Brasil: a chacina da Candelária, no Rio de Janeiro.

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Os Quatro da Candelaria

Guilherme Leporace/Netflix

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Edgar Azevedo/Netflix

Em conversa exclusiva com o Metrópoles, os diretores da produção, Luis Lomenha e Marcia Faria afirmaram que Os Quatro da Candelária se trata sobre os sonhos perdidos das quatro crianças, do ponto de vista das vítimas.

“Uma das coisas mais bonitas que a série consegue é abordar o ponto de vista das crianças. A gente não está no ponto de vista dos algozes, não está no ponto de vista das instituições. O que essas crianças estão sentindo? O que elas estavam pensando? O que elas estão sonhando?”, apontou Marcia Faria.

Relembre o caso

A chacina aconteceu na noite de 23 de julho de 1993, na Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro. Oito jovens foram assassinados friamente por milicianos, que usavam a praça em torno da igreja como ponto de venda de drogas.

Morreram na tragédia Paulo Roberto de Oliveira, 11 anos; Anderson de Oliveira Pereira, 13 anos; Marcelo Cândido de Jesus, 14 anos; Valdevino Miguel de Almeida, 14 anos; “Gambazinho”, 17 anos; Leandro Santos da Conceição, 17 anos; Paulo José da Silva, 18 anos; e Marcos Antônio Alves da Silva, 19 anos.

O crime teria acontecido porque, no dia anterior, os meninos jogaram pedras em um carro da Polícia Militar. Um sobrevivente da chacina, Wagner dos Santos, alvo de quatro tiros, acabou tornando-se peça-chave na elucidação do crime.

Dois policiais militares e um ex-policial foram condenados pelo massacre, todos com penas que superam os 200 anos de prisão. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o PM Nelson Oliveira dos Santos cumpriu pena até sua extinção, em 2008. Já o PM Marco Aurélio Dias de Alcântara e o ex-PM Marcus Vinícius Emmanuel Borges cumpriram suas penas até receberem indultos em 2011 e 2012, respectivamente.

Uma cruz de madeira com o nome dos mortos está exposta na frente da igreja com os nomes dos jovens assassinados.

Imagem colorida mostra frente da Igreja da Candelária
Rio teve centenas de chacinas desde episódio da Candelária há 30 anos
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