Dinossauros prosperaram depois do gelo e não do fogo, diz estudo

 A ascensão dos dinossauros ocorreu entre o fim do período Triássico e o início do Jurássico, há cerca de 201,6 milhões de anos. Na época, estava em andamento uma das cinco (ou seis) grandes extinções em massa, na qual três quartos de todas as espécies vivas desapareceram. O fator desencadeador de todo esse cenário era associado ao aquecimento do planeta e ao “fogo”, mas uma nova hipótese sugere que todos esses processos começaram por causa do resfriamento e do “gelo”.

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A nova forma de enxergar o domínio dos dinossauros é defendida por pesquisadores da Universidade Columbia (EUA), com base em registros da atividade vulcânica da época. Sim, os vulcões foram responsáveis pela extinção em massa, mas provocaram, antes de qualquer aquecimento, um longo “inverno vulcânico”. As erupções também foram mais curtas do que se pensava anteriormente, como apontam as novas evidências.

Inicialmente, os compostos liberados pelas erupções formaram uma espécie de “crosta” na atmosfera capaz de rebater os raios solares, como algumas propostas no campo da geoengenharia solar propõem hoje. Os períodos mais quentes só teriam vindo depois, como sugere o estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). É importante pontuar que a questão está longe do consenso, e outras vertentes consideram chuvas quase intermitentes como a origem desse reinado.


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Longo inverno causado pelas erupções

Como parte do processo de vulcanismo, o dióxido de carbono é liberado em enormes quantidades, intensificando o aquecimento do planeta e tornando os oceanos mais ácidos — hoje, o carbono liberado pela atividade humana é um dos grande propulsores pelas mudanças na Terra e, muito possivelmente, pela sexta extinção em massa.

A erupção dos vulcões causou um longo inverno no planeta, permitindo a ascensão dos dinossauros (Imagem: Tetiana Grypachevska/Unsplash)

Embora isso tenha ocorrido, a ascensão dos dinossauros foi favorecida pela liberação de grandes quantidades de dióxido de enxofre, que são convertidos em ácido sulfúrico. Estes se condensam na estratosfera e formam aerossóis de sulfato, com habilidade de refletir a luz solar.

“Dióxido de carbono e sulfatos agem não apenas de maneiras opostas, mas em períodos de tempo opostos”, explica Dennis Kent, pesquisador da Columbia Climate School e principal autor do estudo, em nota. “Leva muito tempo para o dióxido de carbono se acumular e aquecer as coisas, mas o efeito dos sulfatos é praticamente instantâneo“, acrescenta. 

Então, o planeta começou a esfriar e diferentes regiões foram congeladas por causa das erupções. Muito depois, o excesso de carbono pode ter intensificado ainda mais as mudanças que provocaram a extinção em massa, enquanto os dinossauros prosperavam.

Oportunidade dos dinos

Como os pequenos dinossauros emplumados já existiam há dezenas de milhões de anos antes dessas erupções, a ideia é de que teriam sobrevivido às mudanças e, ao longo do tempo, prosperam. Algumas espécies evoluíram de tal forma que se tornaram gigantes, reinando na Terra. De forma paralela, outras criaturas também teriam resistido, como alguns lagartos, tartarugas e até pequenos mamíferos, que sobreviveram em tocas.

O fato é que os mistérios por trás da ascensão e da queda dos dinossauros ainda devem intrigar os cientistas (e os curiosos) por muitos anos ainda. O mesmo ocorre com outras criaturas já extintas, sendo que algumas já serviram até de inspiração para robôs:

 

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