Como uma estrela morta se expande no espaço? Este vídeo 3D te mostra!

Astrônomos da China e do Japão registraram em 1181 d.C. o que pareceu ser uma nova “estrela” no céu. Hoje, já se sabe que a estrela em questão era uma supernova, uma explosão violenta causada por uma estrela que chegou ao fim do seu ciclo. Agora, astrônomos liderados por Tim Cunningham, do Harvard & Smithsonian Center for Astrophysics, conseguiram mapear a estrutura da explosão, chegando a um resultado que lembra um dente-de-leão cósmico. 

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Naquele ano, a “estrela” foi observada na direção da constelação de Cassiopeia. Desde então, astrônomos se dedicaram a procurar os restos da explosão, mas foi só em 2013 que os encontraram (em partes): hoje, o remanescente é conhecido como Pa 30. A supernova foi chamada de SN 1181 e é considerada um fenômeno incomum em meio a estes eventos. 

O que acontece é que aquela foi uma supernova do Tipo Ia, que ocorre quando uma estrela anã branca acumula tanta matéria de um objeto vizinho que explode com energia suficiente para ser aniquilada. Mas ainda existe uma anã branca no coração de Pa 30, e em 2023, astrônomos encontraram filamentos finos e fracos ali. 


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Estes filamentos foram mapeados com o instrumento KCWI, do Observatório Keck, no Havaí. O resultado é um mapa tridimensional, que mostra detalhadamente como os resquícios da supernova continuam se expandindo neste momento pelo espaço. A precisão ali é tanta que os astrônomos pode usar o mapa para “reconstituir a cena do crime”, reconstruindo a explosão no passado. 

Imagem negativa da nebulosa Pa 30 capturada com o telescópio Kitt Peak (Imagem: Reprodução/Walter Scott Houston/Wikimedia Commons, CC BY-SA 4.0)

Christopher Martin, físico da Caltech, descreveu que uma imagem típica de supernova mostraria algo parecido com fogos de artifício. “O KCWI nos dá algo mais parecido com um ‘filme’, pois podemos medir o movimento dos filamentos da explosão à medida que elas se espalham para fora da explosão central”, explicou.

Cunningham e seus colegas calcularam que os detritos da SN 1181 estão se expandindo a cerca de 1.000 km/s de forma balística. “Isso significa que o material não desacelerou e nem acelerou desde a explosão. A partir das velocidades medidas, ao voltar no tempo você pode marcar o início da exposão quase exatamente no ano de 1181”, acrescentou. 

Curiosamente, eles encontraram evidências de uma forte assimetria em Pa 30, o que sugere que a explosão em si foi assimétrica. Há também uma grande cavidade no centro do remanescente ao redor da estrela ali. “A morfologia deste objeto é muito estranha e fascinante”, acrescentou ele. Assim, ainda há vários mistérios pela frente. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters. 

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