Diplomata aposentado sai em defesa do filho, criticado por Maduro

O diplomata aposentado Gilberto Saboia saiu em defesa do filho, o embaixador Eduardo Saboia, que foi criticado na terça-feira (29/10) pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O ditador creditou a Eduardo Saboia o veto da entrada da Venezuela no Brics, durante uma cúpula do bloco na Rússia nesta semana.

Maduro e seu corpo diplomático alegaram que Saboia, que chefia no Itamaraty a Secretaria de Ásia e Pacífico, decidiu manter o veto que foi imposto pelo governo Bolsonaro à Venezuela. Maduro afirmou, em comunicado:

“O Itamaraty, liderado pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto que Bolsonaro impôs à Venezuela durante anos, reproduzindo o ódio, a exclusão e a intolerância promovida pelos centros de poder ocidentais para impedir, por ora, a entrada da Pátria de Bolívar a essa organização. É uma ação que configura uma agressão à Venezuela e um gesto hostil”.

No Facebook, Gilberto Saboia alegou que a posição venezuelana ofende toda a diplomacia brasileira:

“Considero que a nota ofende não apenas o meu filho, a quem busca desacreditar, mas visa atingir a credibilidade da diplomacia brasileira, uma vez que Eduardo cumpriu fielmente as instruções recebidas durante a fase preparatória que antecedeu a Cúpula presidencial”, disse Gilberto, acrescentando:

“Sinto-me no dever moral e inspirado por brio familiar e orgulho que tenho da carreira de meu filho Eduardo Paes Saboia, de sua reta conduta moral, de repudiar a solerte nota venezuelana a respeito da posição do Brasil sobre o ingresso daquele país no Brics”.

O diplomata aposentado também escreveu que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, estava representando Lula no encontro e sabia da decisão.

“O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a quem muito admiro e estimo, representou o presidente da República nas reuniões de cúpula e estava evidentemente presente no momento em que foi adotada a decisão sobre inclusão de novos países parceiros contra a qual se insurge o governo do país vizinho. Não pode pairar dúvida sobre a sua anuência à adoção de tal decisão” concluiu.

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