Assassinos de Marielle, Lessa é condenado a 78 anos; Élcio a 59 anos

O tribunal do júri condenou os assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz devem cumprir pena em regime fechado. Lessa terá pena de 78 anos, 9 meses e 30 dias. Já para Élcio os jurados decidiram pena de 59 anos, 8 meses e 10 dias. A sessão foi encerrada nesta quinta-feira (31/10) às 18h30, no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) havia pedido condenação máxima de 84 anos para Lessa e Élcio. Nesta quinta, houve a manifestação da defesa e da acusação. Cada um teve tempo para argumentação, réplica e tréplica. A etapa dos debates entre defesa e acusação foi encerrada por volta das 16h50.

Os depoimentos foram realizados todos eles na quarta. Após as testemunhas de defesa, Lessa e Élcio falaram separadamente. Os jurados passaram a noite na Justiça para garantir que não tivessem contato com terceiros, e assim sofressem influência para a decisão.

Debates

Os debates foram realizados nesta quinta. O promotor Fábio Vieira classificou Lessa e Élcio como “sociopatas”. “Confessaram porque estão arrependidos? Não. Confessaram, porque vão ganhar um benefício de alguma forma. Então, isso é uma característica do sociopata, eles não têm emoção em relação ao outro, eles não têm sentimento, não têm empatia”, destacou.

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Marinete Silva, mãe de Marielle, no julgamento dos assassinos

Em julgamento, ex-assessora de Marielle diz que "queria acreditar que ela estava viva"
Família de Marielle fala em frente ao Tribunal
brazão Marielle Franco: vereadora foi assassinada em 2018
Réus Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, assassinos confessos de Marielle Franco
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Viúva de Marielle Franco, Mônica Benício depõe em Tribunal do Júri, no RJ

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Marinete Silva, mãe de Marielle, no julgamento dos assassinos

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Em julgamento, ex-assessora de Marielle diz que “queria acreditar que ela estava viva”

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Família de Marielle fala em frente ao Tribunal

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brazão Marielle Franco: vereadora foi assassinada em 2018

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Réus Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, assassinos confessos de Marielle Franco

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Viúva de Anderson: “Não tinha mais com quem dividir a vida”

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Ainda na exposição, Vieira lembrou que os assassinos confessos foram treinados com recursos públicos para o manuseio de armamento. “Pessoas que aprenderam sua perícia na condução e nos disparos de armas de fogo nas fileiras das próprias agências de segurança, [pessoas] que ceifaram a vida de Marielle e Anderson e miraram na cabeça de Fernanda”, afirmou o promotor Fábio Vieira.

A defesa dos réus começou falar às 12h33. O advogado de Lessa, Saulo Carvalho, afirmou acatar a condenação do réu confesso, mas que ela fosse feita “de forma justa”.

“Ronnie foi denunciado pela prática do homicídio contra a vereadora Marielle Franco por motivo torpe, e eu ouso discordar da acusação, porque não há nos autos a atuação de Ronnie Lessa, pesquisas de Ronnie Lessa contra a vereadora Marielle Franco em seu sentido político”, disse Carvalho.

A advogada Ana Paula, que defende Élcio argumentou que ele teria apenas dirigido o carro, o que, para ela, imputaria menor participação no crime, e que o mesmo não sabia que o motorista da vereadora também seria morto. “Élcio, ao dirigir o veículo acreditava que Ronnie mataria somente Marielle”, argumentou.

Mandantes

São acusados de mandar Marielle Franco os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, crime que na execusão também resultou no homicídio do motorista da vereadora, Anderson Gomes. Eles negam envolvimento. O caso dos mandantes corre em separado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Conformes as apurações, o objetivo dos dois era fazer com que a vereadora parasse, no entendimento deles, de atrapalhar interesses particulares de ambos. Isso incluía nomeações para o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e a regularização de loteamentos irregulares em áreas dominadas por milícias na zona oeste do Rio de Janeiro.

No processo, além dos irmãos, a Procuradoria-Geral da República (PGR) também denunciou outras três pessoas: dois policiais que atuavam para a dupla e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa.

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