Conpresp adia decisão de fechar Praça da República com grades

São Paulo — O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), órgão ligado à Prefeitura, adiou nessa segunda-feira (4/11) a decisão de tornar a Praça da República, no centro da cidade, em um parque. A medida tem como finalidade a instalação de grades, câmeras de segurança e controle do acesso ao espaço.

O assunto foi debatido durante uma reunião ordinária do Conpresp com o Conselho de Segurança do Centro (Conseg), formado por moradores da região.

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Feira Hippie na Praça da República nos anos 1960

Cartão postal do início do século 20 mostrando a Praça da República
Vista aérea da Praça da República
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Flaviana Serafim/Flickr

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Feira Hippie na Praça da República nos anos 1960

José Carlos Neves/Flickr

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Cartão postal do início do século 20 mostrando a Praça da República

Wikicommuns

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Vista aérea da Praça da República

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Durante a reunião o presidente do Conseg, Cândido José Mendes Prunes, argumentou que a medida reverteria o estado de  “absoluta deterioração” da praça, que, segundo ele, se tornou um local de “prostituição”, “rota de fuga para assaltantes”, e “ponto de consumo e tráfico de entorpecentes”.

A Praça da República é um patrimônio tombado desde 1985 e faz parte do Plano de Proteção da Mata Atlântica no centro de São Paulo. Inicialmente, a proposta de transformá-la em um parque foi apresentada à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que emitiu um parecer desfavorável à mudança, porque ela poderia representar uma descaracterização da praça.

Durante a reunião com o Conpresp, o órgão entendeu ser necessário avaliar mais elementos sobre o caso antes de encaminhá-lo à Secretaria de Urbanismo para uma decisão.

Um dos conselheiros argumentou que a praça abriga a Secretaria de Educação do estado, uma escola municipal, além de dar acesso a uma das entradas da estação de metrô que atende as linhas 3-Vermelha e 4-Amarela. Por isso, é necessário que o Conseg forneça mais elementos para a avaliação da questão. Na segunda-feira (4/11), o prefeito Ricardo Nunes (MDB), se expressou contrário ao gradeamento.

A proposta de gradear a Praça da República tem como inspiração o projeto de revitalização da Praça Princesa Isabel, na região do Campos Elíseos, também no centro de São Paulo. A ideia é que, além das grades, o projeto inclua a instalação de câmeras de segurança no local.

Questionado se essa seria a única medida para resolver a questão, o presidente do Conseg argumentou que “Todas as outras tentativas. Especialmente a melhoria do policiamento. O que é importante fazer é cercar a praça, determinar os pontos de entrada e saída, ter um horário de entrada e saída (…)”.

A transformação em parque, contudo, poderá afetar outras atividades do local, como a realização de shows e eventos. Por lá, também são comuns ações para o acolhimento de pessoas em situação de rua, como mutirões de banho.

Segurança

Um levantamento feito pela Polícia Militar em agosto deste ano mostrou que a região da República é vice-líder no ranking dos bairros de São Paulo com a maior incidência de roubos de celulares. Para combater a criminalidade na região, a PM mantém um posto policial na praça.

Em nota ao Metrópoles, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que tem “aprimorado as ações de enfrentamento à criminalidade na região da Praça da República, com mapeamento nas áreas de maior incidência de crime e contato permanente com comerciantes, moradores e outros órgãos”.

Segundo a SSP, de janeiro a setembro deste ano, houve uma redução de 53,7% nos roubos e de 41,1% nos furtos em geral na área do 3º Distrito Policial (Campos Elíseos), em comparação ao mesmo período do ano anterior. “Os furtos de veículos seguem a mesma tendência, com uma diminuição de 21,9% no mesmo período”.

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