Cientistas descobrem como fazer células labiais se multiplicarem

Um novo estudo promete mudar o rumo dos tratamentos para lesões nos lábios. Cientistas da University of Bern (Suíça) usaram células labiais para criar linhas celulares que podem ser cultivadas para fazer modelos 3D, ajudando no reparo de condições como lábio leporino.

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“Os lábios são muito proeminentes no nosso rosto. Quaisquer defeitos neste tecido podem ser altamente desfigurantes. Mas até agora, faltavam modelos de células labiais humanas para desenvolver tratamentos. Fomos capazes de mudar isso, usando tecido labial que teria sido descartado de outra forma”, contam os pesquisadores, em comunicado.

Para o estudo, os cientistas selecionaram células da pele de tecido doado por dois pacientes: um em tratamento para uma laceração labial e outro em tratamento para lábio leporino.


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O próximo passo foi desativar um gene que interrompe o ciclo de vida de uma célula e alterar o comprimento das extremidades de cada cromossomo, melhorando assim a longevidade das células.

Linhagens celulares labiais

Em seguida, os pesquisadores fizeram testes para garantir que o código genético das linhagens celulares permanecesse estável enquanto se replicavam e mantinham as mesmas características das células primárias.

Eles também tomaram todo o cuidado para que a linhagem não desenvolvesse características semelhantes às do câncer, por isso procuraram quaisquer anormalidades.

Criança com lábio leporino (Imagem: Perryrosen1/Wikimedia Commons/CC BY-SA 4.0)

Para ver como as células poderiam atuar como futuros modelos experimentais para cura labial ou infecções, eles arranharam amostras das células. Enquanto as células não tratadas fecharam a ferida após oito horas, as células tratadas fecharam a ferida mais rapidamente. Depois, o grupo criou modelos 3D usando as células.

“Nosso laboratório se concentra em obter um melhor conhecimento das vias genéticas e celulares envolvidas na fissura labial e palatina. No entanto, estamos convencidos de que modelos 3D estabelecidos a partir de células labiais podem ajudar muitos outros campos da medicina”, afirma o grupo. O estudo foi publicado na Frontiers.

Harmonização facial

A pesquisa também pode trazer contribuições para o campo da harmonização facial no futuro. Os modelos 3D podem ser úteis para projetar intervenções estéticas de forma mais personalizada, considerando as características de cicatrização e longevidade das células labiais individuais de cada paciente.

O estudo ainda abre portas para investigar o processo de envelhecimento dos lábios, uma das principais preocupações em harmonização facial.

Entender essas mudanças ao nível celular ajuda a desenvolver tratamentos preventivos ou reparadores que preservem a aparência dos lábios por mais tempo. Mas é claro que ainda estamos falando de apenas um primeiro passo de uma longa jornada.

 

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