TCU, vice, CCJ… veja o que Hugo Motta prometeu a siglas que o apoiam

O líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), tem se colocado cada vez mais como principal nome para substituir Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados. Para conseguir o apoio das bancadas, o político paraibano teve que desenhar acordos com as siglas da Casa Legislativa, como a disposição dos partidos na Mesa Diretora.

Para ser eleito em fevereiro de 2025, o líder do Republicanos têm discutido posições-chaves aos líderes partidários, o que inclui a vice-presidência da Câmara dos Deputados e até mesmo indicações para o Tribunal de Contas da União (TCU).

Na terça-feira (5/11), novos partidos anunciaram a adesão à candidatura de Hugo Motta. Sendo eles o PSB, o PDT e a federação formada por PSDB e Cidadania.

Na última semana, o deputado paraibano conquistou as maiores bancadas da Câmara dos Deputados, o que evidenciou o favoritismo para sucessão de Arthur Lira. Sendo assim, o líder do Republicanos conta com o apoio de:

  • PSDB (12 deputados);
  • Cidadania (5 deputados);
  • PDT (18 deputados);
  • PL (92 deputados);
  • PT (68 deputados);
  • PP (50 deputados);
  • Republicanos (44 deputados);
  • MDB (44 deputados);
  • Podemos (14 deputados);
  • PCdoB (7 deputados);
  • PV (5 deputados);
  • PSB (14 deputados).

Os deputados têm defendido que os cargos na Mesa Diretora e nas comissões temáticas sejam definidos com base na “proporcionalidade” dos partidos na Câmara.

O PT, por exemplo, negociou com Hugo Motta uma vaga para o TCU, informação, inclusive, confirmada pelo presidente Arthur Lira. Um dos nomes cotados para o cargo é da presidente nacional do partido, a deputada Gleisi Hoffmann (PR).

No entanto, como mostrou o Metrópoles, na coluna do Igor Gadelha, lideranças de centro enfatizam dificuldade para o PT conseguir aprovar a indicação de Gleisi ao TCU.

As promessas ao PT não pararam por aí. Hugo Motta também teria indicado uma cadeira na mesa aos petistas, no caso, seria para 1º secretaria.

Já o PL, maior bancada da Câmara, ficaria com a vice-presidência da Câmara.

Um ponto que ainda está em discussão é a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A previsão é de que o União Brasil comande o colegiado a partir de 2025 e depois passe o bastão para o MDB. Porém, os detalhes ainda estão na mesa de negociação.

O líder do União, Elmar Nascimento, ainda não comunicou oficialmente a desistência da candidatura para presidência da Câmara. Apesar disso, a sigla segue negociando espaço na Mesa Diretora em uma possível gestão de Hugo Motta.

Um dos medos dos deputados é de que a demora para oficializar apoio à candidatura do líder do Republicanos faça com que o partido perca a prioridade na escolha de lugares na mesa e também para comandar as comissões temáticas da Câmara dos Deputados. O União conta com 59 deputados.

Já o PSD, que dispõe de 44 cadeiras na Câmara dos Deputados, ainda tem o líder, Antonio Brito (BA), como candidato à sucessão de Arthur Lira. O parlamentar baiano enfatizou que, apesar de disputar a presidência contra Motta, ele tem defendido a proporcionalidade em uma eventual gestão de Motta.

“Com referência à sucessão na Câmara de Deputados, a posição da bancada foi manter a candidatura. Eu fiz uma ponderação à bancada e coloquei que, se nós dialogarmos com o presidente Arthur Lira e com o candidato Hugo Motta a fim de manter as proporcionalidades que o PSD tem mantido na casa, nós voltaremos à bancada para dialogar se a bancada deseja continuar com a manutenção da candidatura ou se há algum tipo de mudança”, disse Brito.

Além das promessas para o PT e o PL na Mesa Diretora, Hugo Motta tenta acomodar os outros partidos que indicaram apoio. A expectativa é de que o PP, de Lira, fique com a 2º vice-presidência, enquanto o MDB assuma a 2º secretaria.

Apesar de não tem um apoio formalizado do União e do PSD, a nova gestão deverá alocar os indicados desses partidos na Mesa Diretora com o intuito de manter a proporcionalidade.

A eleição para presidência da Câmara dos Deputados está prevista apenas para fevereiro de 2025. Sendo assim, novos cenários podem ser construídos e novas indicações feitas.

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