Futuro do Memorial do Holocausto no Rio é incerto; espaço nega dívidas

O futuro do Memorial do Holocausto do Rio de Janeiro, localizado no Parque Yitzhak Rabin, no Morro do Pasmado, em Botafogo, permanece incerto. A direção do espaço refutou rumores sobre seu fechamento, mas confirmou que todos os funcionários estão em regime de aviso prévio.

De acordo com uma fonte, que pediu anonimato, as finanças do Memorial estão comprometidas e as contas estão em atraso, o que pode resultar no fechamento do espaço.

“Infelizmente, o espaço enfrenta problemas recorrentes de manutenção devido à falta de recursos para financiar suas atividades”, afirmou ao Diário Carioca. “O Memorial está com as contas de luz atrasadas, não possui um gerador de energia instalado, e passou mais de dois meses sem ar-condicionado, mesmo com o calor intenso do Rio de Janeiro. A situação é agravada pela falta de pagamento regular dos terceirizados responsáveis pela segurança”, completou a fonte.

A direção informou que houve um problema no ar-condicionado recente que já foi reparado.

Inaugurado em 2023, o Memorial já recebeu mais de 50 mil visitantes, a maioria composta por estudantes de escolas públicas e privadas. A gestão do espaço é realizada por meio de uma parceria entre o Instituto Odeon e a Associação Cultural Memorial do Holocausto do Rio de Janeiro.

Embora a direção do Memorial tenha negado as alegações de dívida e problemas financeiros, informou que o local precisará passar por obras para atender exigências do Corpo de Bombeiros. “O espaço realmente necessitará de fechamento temporário para a realização de algumas reformas”, disse a direção ao jornal “O Globo”.


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Ainda assim, a afirmação de que as obras seriam a única razão para o fechamento é questionada. A mesma fonte afirmou que o fechamento seria, na verdade, uma medida para lidar com a falta de recursos para manter as operações do espaço.

Segundo a fonte, será emitido um comunicado oficial que justificará o fechamento como sendo “para a realização de uma grande obra estrutural de manutenção, mas a verdadeira razão seria a escassez de orçamento”.

Além das dificuldades financeiras, o futuro do Memorial é visto como um retrocesso para a luta pelos direitos humanos no Rio de Janeiro.

“O Memorial é um ponto essencial no combate ao antissemitismo e à discriminação, além de ser um espaço que valoriza a memória dos sobreviventes do regime nazista e outros grupos perseguidos. Fechar esse espaço é um enorme prejuízo para a cidade”, afirmou a fonte.

Ela também destacou que o Mirante do Pasmado, onde o Memorial está localizado, tem se beneficiado do fluxo de visitantes e das diversas atividades culturais, como clubes de leitura, sessões de cinema e feiras educativas.

Procurados pelo DC, o Instituto Odeon não comentou sobre o caso e afirmou que a gestão do espaço é de responsabilidade da Associação Cultural Memorial do Holocausto. O MHV não retornou aos nossos questionamentos, assim como a Prefeitura do Rio.

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