Mundo deve superar limite de aquecimento de 1,5 ºC em 2024

Até hoje, um dos maiores esforços internacionais em barrar o aquecimento global resultou no Acordo de Paris. É uma iniciativa na qual os países concordaram em adotar medidas para limitar o aumento das temperaturas médias a 1,5 °C em relação aos níveis pré-industriais, impedindo que cheguem a 2 °C. No entanto, a primeira parte do tratado deve ser quebrada neste ano de 2024, segundo previsão do Copernicus Climate Change Service (C3S), da União Europeia.

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Sim, os meteorologistas do C3S já entendem que o mundo superou o limite de aquecimento de 1,5 ºC. A previsão apenas não irá se confirmar, se algo extraordinário acontecer nos próximos 50 dias, como uma queda brusca e generalizada das temperaturas em todo o globo. De forma realística, isso é bastante improvável. 

Segundo o observatório Copernicus, o ano de 2023 foi 1,48 °C acima do nível pré-industrial. Para este ano, a previsão é que a elevação das temperaturas médias chegue a 1,55 °C. Em outra palavra, o planeta já ultrapassou o limite de 1,5 ºC e, quanto mais aquece, a intensidade e a frequência novos eventos climáticos extremos aumentam, como secas prolongadas, ondas de calor atípicas ou chuvas extremas. 

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2024 será o ano mais quente?

A expectativa é que o ano de 2024 se torne o ano mais quente da história recente do planeta, mesmo sem o impacto máximo do El Niño (que promove o aquecimento das águas do Pacífico e muda a dinâmica do clima em diferentes regiões). 

“A anomalia média da temperatura global para os primeiros 10 meses de 2024 (janeiro a outubro) é 0,71 °C acima da média de 1991-2020, que é a mais alta já registrada para este período e 0,16 °C mais quente do que o mesmo período em 2023”, afirma o observatório europeu.

Acordo de Paris? Ultrapassamos o limite de 1,5 ºC

“Após 10 meses de 2024, agora, é virtualmente certo que 2024 será o ano mais quente já registrado e o primeiro ano com mais de 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais, de acordo com o conjunto de dados ERA5″, afirma Samantha Burgess, Diretora Adjunta do C3S, em nota. 

Ultrapassar esse limite “marca um novo marco nos registros de temperatura global e deve servir como um catalisador para aumentar a ambição para a próxima Conferência sobre Mudanças Climáticas, a COP29″, acrescenta a especialista.

Emergência na COP29

Como destacou Burgess, há uma nova oportunidade para os países entrarem em consenso e trabalharem, de forma unida, em prol do controle do aquecimento global: a 29ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), mais conhecida como COP29.

O evento que poderá definir o futuro do planeta como o conhecemos começará na próxima segunda-feira (11), em Baku, no Azerbaijão. É possível que novas medidas ou anúncios sejam feitos, como estratégias para limitar a produção de gases do efeito estufa pela atividade humana. 

Na última COP28, o texto final do encontro propunha o incentivo à transição energética para a redução do uso de combustíveis fósseis, sem eliminá-los de uma vez. De lá para cá, poucas iniciativas foram colocadas em prática pelos países com esse objetivo. Novamente, há uma oportunidade de mudança.

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