Proibição de celular em escolas já ocorre em 16 estados

Brasília – Ao menos 16 redes estaduais e 14 redes municipais no Brasil já implementam a proibição do uso de celulares em sala de aula. A medida, que integra um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados e conta com o apoio do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, busca reduzir a distração entre os alunos e incentivar o foco no aprendizado.

Segundo levantamento, estados como Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Maranhão já possuem normas oficiais para restringir o uso de celulares. Outras redes estaduais, incluindo Amapá, Amazonas e Distrito Federal, recomendam a proibição, embora sem regulamentação formal.

Adesão parcial entre escolas municipais

A maioria das capitais também impõe algum tipo de restrição ao uso de celulares em sala de aula. Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife já estabeleceram diretrizes que limitam o uso dos aparelhos durante as aulas. Entretanto, a adesão completa às normas varia conforme cada rede, com algumas escolas permitindo o uso do celular em atividades pedagógicas orientadas.

Projeto de lei federal e avanço na Câmara

O projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, de autoria do deputado Alceu Moreira (MDB-RS), foi apresentado em 2005 e consolidado em uma proposta substitutiva, aprovada pela Comissão de Educação. Para o relator, Diego Garcia (Republicanos-PR), o uso excessivo de celulares afeta o aprendizado dos alunos, além de expô-los a conteúdos inadequados. “Estamos proibindo o uso, mas não o porte, para adolescentes”, esclareceu Garcia.

A proposta agora aguarda aprovação final pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com expectativa de aprovação ainda neste mês. Se aprovada, seguirá para o Senado sem passar pelo plenário da Câmara.

Debates sobre impacto e aplicação da lei

Para especialistas, a proibição do celular é vista como uma solução limitada para a questão do uso de tecnologia em escolas. O educador Alexandre Le Voci, mestre em Inteligência Artificial, considera que a proibição pode aumentar a curiosidade dos alunos pelo uso do aparelho. “A medida é simplista e pode gerar ansiedade. Precisamos de uma abordagem mais equilibrada entre família e escola”, defende.

Desafios na integração pedagógica do uso de celulares

Apesar das restrições, secretarias municipais e estaduais reconhecem que celulares podem servir como ferramentas pedagógicas. O pesquisador Alessandro Arpetti, especialista em tecnologia educacional, aponta que a lei precisa evitar burocracias para não dificultar o uso pedagógico. Para ele, o importante é regular o uso sem comprometer o desenvolvimento de habilidades digitais.

Perspectiva do Ministério da Educação

O Ministério da Educação (MEC) já consultou especialistas e redes de ensino para avaliar a questão. Em nota, a pasta defendeu o uso de celulares exclusivamente para fins pedagógicos, alertando que o uso descontrolado em sala de aula prejudica o aprendizado. Para o MEC, o ambiente escolar deve promover a cidadania digital e o aprendizado qualificado.


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Perguntas e Respostas Frequentes

Quais estados já proíbem o uso de celulares em sala de aula?
Estados como Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Maranhão têm leis ou portarias que restringem o uso de celulares.

A proibição inclui o ensino fundamental e médio?
Sim, a restrição se aplica a ambos os níveis em redes estaduais e municipais que adotaram a medida.

O projeto de lei proíbe o porte de celulares?
Não. O projeto propõe a proibição do uso em sala, mas permite que os adolescentes portem o aparelho.

Por que o MEC apoia o uso restrito de celulares?
O MEC considera que o uso irrestrito afeta o aprendizado e defende o uso dos aparelhos apenas para fins pedagógicos.

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