Jornada 6×1: Erika Hilton se pronuncia após conseguir assinaturas

A deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) comemorou a repercussão dada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a escala de trabalho 6×1, mas indicou que ainda não protocolou o texto porque segue em busca de apoio dos deputados e que vai conversar com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A matéria atingiu as 171 assinaturas para poder tramitar na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (13/11).

“Nós devemos nos reunir daqui a pouco com o ministro [Alexandre] Padilha [Relações Institucionais], para conversarmos também com o governo acerca desse texto. Já conversamos com algumas bancadas hoje, já conversamos com alguns líderes hoje, e os próximos passos são continuar coletando as assinaturas para termos um protocolo robusto, continuar mobilizando a sociedade para que, na sexta-feira agora, as pessoas ocupem também as ruas para mostrar a demonstração de força desse debate que reorganizou a classe trabalhadora neste país”, indicou a deputada durante coletiva de imprensa.

“Estamos felizes, estamos contentes com os resultados que estamos obtendo, estamos contentes com a mobilização que aconteceu e temos certeza de que este será o tema mais importante a ser discutido nesse momento”, comemorou a deputada.

A proposta de Erika Hilton visa reduzir a escala 6×1, quando o trabalhador atua por seis dias consecutivos e tem apenas um descanso semanal. O Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que luta contra esse tipo de jornada de trabalho, é tido como um dos parceiros da deputada para construção da proposta.

A mobilização em torno do tema pressionou os deputados e entidades a se manifestarem sobre o assunto. Erika Hilton também deverá buscar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em busca de apoio.

“Eu espero também, depois que a gente conversar com o ministro Padilha, eu pretendo também procurar o presidente Arthur Lira para conversar. Eu ainda não falei com o presidente Arthur Lira, para que a gente possa conversar também sobre o texto. E essa é a nossa expectativa, encontrar consenso, convergência, força e fortalecimento dessa pauta”, ressaltou a deputada federal.

Por fim, Erika Hilton enfatizou que a mobilização em torno do tema mostra que a esquerda permanece viva e capaz de organizar a classe trabalhadora ao redor de uma questão de interesse.

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que também esteve presente na coletiva, deve participar junto da deputada Erika Hilton da reunião com o ministro Padilha.   O parlamentar por Minas Gerais possui uma proposta similar ao tema.

A PEC 221/2019, de autoria de Reginaldo Lopes, tem como objetivo reduzir a jornada de trabalho das atuais 44 horas semanais para 36 horas, sem redução salarial. A proposta está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, aguardando indicação de um relator.

Já o deputado Guilherme Boulos (PSol-SP) reforçou que o intuito é extrapolar o mínimo necessário de assinaturas para protocolar a PEC da deputada Erika Hilton e frisou que a proposta é viável para tramitar no Congresso Nacional.

Um dos pontos destacados por Boulos foi o apoio da bancada do União Brasil ao texto e de outros partidos de centro.

“O retorno que o deputado Elmar Nascimento deu de, ao menos, 40 assinaturas da bancada da União Brasil que já estão sendo colhidas neste momento, deputados do Republicanos, deputados do PP, deputados que não necessariamente votam com o governo e que frequentemente não votam com a esquerda já sinalizou não apenas a assinatura, como o compromisso com o mérito”, afirmou Boulos.

O parlamentar do PSol pontuou ainda que a proposta visa melhorar a vida do trabalhador.

“Uma jornada de trabalho que seja humanizada para esses trabalhadores. Então todos esses temas, que alguns foram antecipados, vão ser discutidos a partir do protocolo da PEC. O que eu queria só afirmar, particularmente nos últimos dias, dialogando com deputados de diferentes campos políticos, inclusive do centro e da direita, é que essa PEC tem condições reais de ser aprovada”, completou Guilherme Boulos.

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