Lula e o pato manco Biden na alegria de pobre do G20 no Rio

Qual é a importância da reunião de cúpula do G20 no Rio de Janeiro para os Estados Unidos? Nenhuma, menos do que zero. Será apenas o último canto do cisne para Joe Biden, como definiram ao New York Times. Ele se encontrará pela derradeira vez com Xi Jinping: esse é o fato digno de nota entre os americanos.

Para continuar nas metáforas ornitológicas, Joe Biden é um pato manco. Está cumprindo tabela até 20 de janeiro, quando Donald Trump tomará posse.

A reunião de cúpula do G20 não tem importância nem para Joe Biden, a não ser como viagem internacional de despedida. Ele está bem mais preocupado em garantir subsídios de US$ 6,6 bilhões à Taiwan Semiconductor Manufacturing Company para que a maior fabricante de chips do mundo instale três fábricas nos Estados Unidos.

O pacote faz parte de outro mais amplo, de US$ 39 bilhões, desenhado para diminuir drasticamente a dependência americana e mundial de chips fabricados na ilha de Taiwan, que vive sob permanente ameaça de uma invasão da China. Hoje, em relação aos chips avançados, como os utilizados no desenvolvimento de Inteligência Artificial, essa dependência é completa.

Recorra-se a uma hipérbole para que se tenha uma ideia do que está em jogo: se Taiwan deixar de fornecer chips ao mundo, o mundo voltará à Idade de Pedra.

Se o Brasil deixar de existir, apenas os porcos chineses sentirão falta da ração de soja, mas não por muito tempo. O Brasil ocupa um lugar central entre as nações apenas no mapa-múndi de Márcio Pochmann. Na reunião de cúpula do G20, Lula e Joe Biden terão um encontro a portas fechadas. Para discutir o quê? Nada que realmente faça diferença.

A imprensa nacional, contudo, sempre atilada, noticia que Lula e Joe Biden assinarão um acordo de parceria sobre transição energética para dar um recado político a Donald Trump. Mas o próprio governo brasileiro acha que “o futuro da iniciativa é incerto”. Não diga.

Francamente, é patético, inclusive porque, enquanto posa de paladino do ambiente no exterior, Lula quer furar poços de petróleo até na Foz do Amazonas para o escândalo geral dos ecologistas. É um sujeito que adora se lambuzar em óleo (e no dinheiro que ele gera).

Lula e Joe Biden também vão conversar sobre a coalizão em defesa dos direitos trabalhistas, lançada por ambos em setembro de 2024, e que só foi assunto levado a sério no Brasil. Mas não tão a sério: mais de um ano depois, o que se tem é um minguado fundo de US$ 4 milhões. Ainda bem.

Por favor, só me acordem quando a renião de cúpula do G20 acabar. Agradeçamos por alegria de pobre durar pouco.

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