Quitéria Chagas: “Artistas ficam no carro. No chão, quem é da escola”

Na última sexta-feira (15/11), a Império Serrano viveu uma noite de grandes emoções durante a final do samba-enredo para o próximo Carnaval. Quitéria Chagas conversou com exclusividade com a coluna Fábia Oliveira, compartilhando sua visão sobre temas polêmicos e relevantes para o samba.

Ao ser questionada sobre o protagonismo de mulheres da comunidade no samba e a prática de algumas escolas em priorizar celebridades e artistas sem ligação com a tradição carnavalesca, Quitéria foi categórica: “São casos à parte. Tem escolas que precisam do capital, do aporte financeiro, na sua grande maioria. Mas o público quer profissionais de samba nos setores, resgatando as mulheres pretas pioneiras que foram as primeiras rainhas, desde o início da fundação das escolas de samba. O público pede esse verdadeiro resgate”, disse ela.

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Quitéria Chagas

Para o look de Maria Quitéria, Clara Lima utilizou o azul representando o uniforme da guerreira, a cor das
vestimentas do Batalhão dos Periquitos
Quitéria Chagas
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Quitéria Chagas detona italianos: “Parecem cachorros no cio”

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FOTO: ROBERTO FILHO / BRAZIL NEWS.

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Para o look de Maria Quitéria, Clara Lima utilizou o azul representando o uniforme da guerreira, a cor das
vestimentas do Batalhão dos Periquitos

Julia Bandeira/Anitta/Divulgação

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Quitéria Chagas

Quitéria também destacou a importância de manter a essência das escolas e a conexão com suas comunidades: “Personalidades precisam existir, mas, por causa do público, cada vez menos elas terão visibilidade no chão. Personalidades e artistas podem ficar no carro ou nas alas. No chão, tem que ser quem é da escola, quem representa a comunidade”, disparou ela.

A rainha da Império Serrano também falou sobre as críticas que o Concurso da Corte do Rio de Janeiro recebeu nas redes sociais.

“Eu tenho consciência do meu voto, mas é o público que comenta, que aprova ou desaprova.
É um fator muito sensível, porque o público sempre exigiu e pediu diversidade nesse concurso. Agora que se abriu essa camada para a diversidade, o público está reclamando. Mas, quando não havia diversidade, também havia reclamações”, disse.

“O público está pedindo um pente-fino antes do concurso de fato. Por outro lado, o concurso tem vários fatores positivos: a valorização do sambista, a oportunidade para pessoas se destacarem e ganharem visibilidade. Em outros anos, candidatas que não ganharam, mas que tiveram visibilidade, chegaram até ao posto de rainha de bateria de escolas de samba”, completou.

 

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A escolha do samba

Com o enredo “O que espanta miséria é festa”, uma homenagem ao icônico compositor Beto Sem Braço, a escolha do samba do Império Serrano trouxe tanto celebração quanto momentos de tensão.

A ausência de figuras notáveis como Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Babi e Arlindinho foi sentida por muitos presentes. Após uma disputa acirrada entre os sambas finalistas, o enredo de Xande de Pilares foi consagrado como o vencedor da noite.

No entanto, a decisão não foi unânime e gerou polêmica. Um compositor de um dos sambas não escolhidos protestou veementemente contra a diretoria da escola, resultando em uma confusão rapidamente controlada pela equipe de segurança.

Apesar disso, a celebração do samba continuou, reafirmando a força e a união da comunidade do Império Serrano.

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