Brasil teme oposição de Milei, como fantoche de Trump, à taxação global de fortunas

Rio de Janeiro – O governo brasileiro lançou oficialmente nesta segunda-feira (18), durante a Cúpula do G20, sua proposta de criar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, com foco em combater desigualdades em escala mundial. Um dos pilares da iniciativa é a taxação de grandes fortunas em 2%, que poderia gerar até US$ 250 bilhões por ano. No entanto, a proposta enfrenta resistências de líderes como Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, e Javier Milei, recém-eleito presidente da Argentina.

Diplomatas brasileiros expressaram receio de que Milei atue como “representante de Trump” no G20, dificultando a aprovação de pontos-chave do texto final. Ambos os líderes se opõem à ideia de tributar os super-ricos, indo na contramão de países da União Europeia e do Reino Unido, que apoiam a iniciativa.

Taxação global de super-ricos

A proposta brasileira, embasada em um estudo do economista francês Gabriel Zucman, prevê que os recursos arrecadados com o imposto sejam destinados a programas de combate à fome. Dados da ONU apontam que 733,4 milhões de pessoas passaram fome ao menos um dia em 2023, o que representa 1 em cada 11 habitantes do planeta.

Enquanto países como França e Reino Unido manifestaram apoio, o presidente eleito dos EUA e seu aliado argentino argumentam contra a medida. Trump, que recentemente anunciou intenções de reduzir impostos dos mais ricos, declarou-se contrário à criação de tributos globais.

Outros impasses no G20

Além da resistência à taxação, o Brasil enfrenta dificuldades em duas outras pautas importantes na presidência do G20:

1. Transição energética e crise climática
Países ricos pedem maior contribuição de nações emergentes no financiamento de ações climáticas, enquanto o Brasil insiste no cumprimento do fundo de US$ 100 bilhões, prometido no Acordo de Paris, para ajudar países em desenvolvimento.

2. Reestruturação de organismos multilaterais
Propostas para reformar instituições como a ONU e o FMI continuam travadas. Donald Trump já indicou que será contrário a qualquer movimento nesse sentido durante seu próximo mandato.

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Entenda, saiba mais tire suas dúvidas

O que é a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza?
Uma iniciativa liderada pelo Brasil que busca criar um tributo global sobre fortunas para financiar ações contra fome e pobreza.

Quanto seria arrecadado com o imposto de 2%?
O estudo prevê que o imposto gere até US$ 250 bilhões anualmente.

Quais países apoiam a proposta?
França, Reino Unido e União Europeia estão entre os principais apoiadores.

Quais os argumentos de Trump e Milei contra o tributo?
Ambos alegam que impostos sobre grandes fortunas podem desestimular investimentos e preferem políticas de redução tributária para ricos.

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