Lula cobra mais multilateralismo e reforma na governança global

Rio de Janeiro – Durante a segunda sessão da Cúpula do G20, nesta segunda-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a reforma das instituições de governança global como essencial para a estabilidade mundial. Ele enfatizou que a resposta à crise do multilateralismo deve ser “mais multilateralismo”, cobrando maior representatividade em organizações internacionais como a ONU e instituições financeiras.

Lula criticou o uso indiscriminado de vetos no Conselho de Segurança da ONU, que, segundo ele, prejudica a paz internacional. Ele também propôs uma conferência para revisar a Carta da ONU, destacando que 142 países não participaram de sua fundação.


Principais propostas de Lula no G20

1. Reforma das instituições internacionais
Lula pediu mudanças no Conselho de Segurança da ONU e nas instituições de Bretton Woods, como FMI e Banco Mundial, para ampliar a representatividade de países em desenvolvimento.

2. Cooperação tributária e taxação de super-ricos
Estudos apresentados no G20 indicam que uma taxação global de 2% sobre fortunas de bilionários pode arrecadar US$ 250 bilhões anuais. Esses recursos seriam usados para enfrentar desigualdades e desafios ambientais.

3. Críticas à desigualdade global
Lula condenou sanções unilaterais, intervenções militares e indiferença a crises como as do Sudão e Haiti, reforçando que a desigualdade fomenta ódio, extremismo e violência.


Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza

Ainda nesta segunda-feira, Lula lançou a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, com apoio de 148 membros, incluindo 82 países, União Europeia, União Africana, e organizações internacionais e filantrópicas.

O objetivo da iniciativa é erradicar a fome e a pobreza até 2030. Entre as metas, destaca-se alcançar 500 milhões de pessoas em países de baixa renda com programas de transferência de renda.


G20 Social e compromissos com a sociedade civil

A Cúpula do G20 Social, realizada entre 14 e 16 de novembro, entregou a Lula um documento com demandas de mulheres, negros, indígenas, comunidades tradicionais e outros grupos historicamente marginalizados. O texto pede reformas na governança global, ampliação da representatividade e medidas contra desigualdades sociais e climáticas.

Lula se comprometeu a apresentar essas propostas aos líderes do G20, marcando a primeira vez que a sociedade civil participou formalmente do evento.


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Entenda, saiba mais tire suas dúvidas

O que Lula quis dizer com “mais multilateralismo”?
Ele defendeu que instituições internacionais precisam ser mais representativas e inclusivas para lidar com os desafios globais de forma justa.

O que é a Aliança Global Contra a Fome?
Uma iniciativa brasileira para erradicar a fome e a pobreza até 2030, com apoio de 148 membros globais.

Qual é a proposta de taxação dos super-ricos?
Uma taxação global de 2% sobre grandes fortunas que pode arrecadar US$ 250 bilhões anuais para programas sociais e ambientais.

Quem participa do G20?
O grupo inclui 19 países, União Europeia e União Africana, representando 85% do PIB global e 75% do comércio mundial.


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