Sonolência durante o dia pode ser sinal de pré-demência

Ter uma boa noite de sono, com oito horas de descanso, é algo fundamental para uma vida saudável. Agora, ter sonolência durante o dia é algo incomum e merece uma avaliação mais detalhada. Uma equipe internacional de pesquisadores sugere que o sono fora de hora pode ser um sinal de pré-demência, especialmente em pessoas mais velhas.

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Não vale confundir as coisas. Estamos falando de quem apresenta sonolência diurna sem motivo aparente, ou seja, quando isso não é reflexo de uma noite agitada ou de quem passou a madrugada vendo série no streaming por escolha.

Quem sofre com isso tende a ter problemas para se manter acordado ao dirigir, fazer refeições ou mesmo participar de atividades sociais, como conversas com a família.


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Publicado na revista Neurology, o estudo descobriu que o sono excessivo durante o dia e a consequente falta de entusiasmo aumentam em três vezes o risco da Síndrome do Risco Cognitivo Motor (SRCM), que é um estágio pré-demência.

Sinais da pré-demência

Além da sonolência durante o dia, o quadro de pré-demência é combinado com outros dois problemas: marcha lenta (caminham e se locomovem de forma mais vagarosa) e leve comprometimento cognitivo (problemas de memória). É um estágio anterior à demência e, na maioria das vezes, não chega a ser diagnosticado.

Estudo sugere que sonolência diruna em idosos pode ser um sinal de pré-demência (Imagem: Bialasiewicz/Envato)

Se a condição puder ser rastreada mais cedo, a partir dessas novas evidências envolvendo o sono, é teoricamente possível buscar formas de retardar a demência. Uma série de iniciativas podem ser adotadas neste ponto e, cada vez mais, a ciência caminha em direção a novas terapias.

Atenção para o sono durante o dia

Liderado por pesquisadores do Hospital Universitário Regional de Tours (CHRU), na França, e da Faculdade de Medicina Albert Einstein, nos EUA, o estudo se concentrou nos hábitos de 445 idosos, com mais de 65 anos. 

No início da pesquisa, ninguém tinha diagnóstico de demência. Entretanto, 42 pessoas já apresentavam a SRCM e outras 36 desenvolveram a condição durante o período de análise. Isso demonstra o quão comum pode ser entre idosos. 

“Nossas descobertas enfatizam a necessidade de triagem para problemas de sono”, afirma Victoire Leroy, autora do estudo, em nota. “Há a possibilidade de as pessoas conseguirem ajuda com seus problemas de sono e evitarem o declínio cognitivo mais tarde na vida”, sugere.

Em relação aos resultados, é necessário entender melhor quais mecanismos ligam o sono diurno com a pré-demência, o que deve ser feito em estudos posteriores. Melhores métodos de diagnóstico também devem ser desenvolvidos.

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