Homem arrastado por enxurrada pensou que morreria: “Chegou meu dia”

O motorista e segurança Damião Benedito de Almeida, 57 anos, foi arrastado pela força da correnteza das águas da chuva para baixo de um carro, durante uma tempestade em Ceilândia, na noite desse sábado (23/11). Ele tentava ajudar o condutor de um veículo também levado pela enxurrada, mas acabou derrubado e só parou debaixo do automóvel.

Damião conta que só escapou da morte graças à solidariedade e à coragem de funcionários de uma lanchonete próxima ao local do incidente, onde um grupo de pessoas testemunhou a cena e formou uma “corrente humana” para resgatar o segurança do alagamento.

“A única coisa em que pensei foi: ‘Chegou meu dia. Vou embora’. Só isso. Não passava outro pensamento na cabeça. Tentei me salvar e não conseguia. Estava difícil a situação, e o carro era muito baixo. Não tinha como eu sair de baixo dele. Então, eu já estava me dando por derrotado”, afirmou ao Metrópoles.

Para Damião, o episódio também serviu como alerta: “Quando você vê uma enchente, não a encare. Pare e espera a chuva passar. Com água não se brinca. Ela pode ser mais violenta do que qualquer coisa”.

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Damião escapou da morte graças a solidariedade e coragem de funcionários de uma lanchonete

"A única coisa que eu pensei: 'Chegou o meu dia. Eu vou embora'. Só isso", comenta o homem ao Metrópoles
Ele teve vários ferimentos após o acidente
Damião trabalha há 28 anos em um restaurante fast food da região
Homem oi arrastado pela força da correnteza das águas para baixo de um carro durante a tempestade em Ceilândia
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Damião Benedito de Almeida, 57 anos

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Damião escapou da morte graças a solidariedade e coragem de funcionários de uma lanchonete

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“A única coisa que eu pensei: ‘Chegou o meu dia. Eu vou embora’. Só isso”, comenta o homem ao Metrópoles

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Ele teve vários ferimentos após o acidente

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Damião trabalha há 28 anos em um restaurante fast food da região

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Homem oi arrastado pela força da correnteza das águas para baixo de um carro durante a tempestade em Ceilândia

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Na noite de sábado (16/11), Damião estava no carro com um amigo do trabalho. Diante da enchente, ele decidiu parar o veículo próximo a uma padaria na região.

Ao ver outro automóvel seguir pela pista alagada, o segurança sugeriu que o outro motorista não seguisse em frente e parasse. Porém, o aviso teria sido ignorado, segundo ele, e as águas começaram a carregar o segundo veículo. “Não pensei duas vezes e fui ajudar. Saí do carro para prestar socorro”, contou.

No entanto, Damião se desequilibrou, caiu e foi para baixo do veículo do segundo motorista. “Até pensei em tentar me salvar, mas estava impossível. Dali não dava para sair, porque eu estava preso debaixo do carro e submerso. Tanto que engoli muita água”, detalhou.

Além do risco de afogamento, o segurança sofreu ferimentos em diversas partes do corpo, principalmente na barriga.

Atordoado pela força das águas e o peso do carro, Damião estava fraco e perdia a consciência quando foi resgatado pelos funcionários de uma lanchonete na região. “Só vi na hora em que eles pegaram na minha mãe e me arrastaram. A enxurrada estava tão forte e grande, que eu ainda escapei duas vezes das mãos deles. E eles foram atrás de mim de novo e me socorreram. Eles foram nota mil. Eles salvaram minha vida”, detalhou.

Segundo Damião, a região está sofrendo com enxurradas piores dos que as vistas no passado. Para o segurança, é necessário o investimento em obras de infraestrutura e drenagem para evitar episódios semelhantes e possíveis tragédias. Damião trabalha há 28 anos em um restaurante fast food da região. A direção do estabelecimento se prestando o apoio para a recuperação do funcionário. O segurança está de folga em recuperação.

Segundo o diretor de RH do restaurante, Maylson Vieira de Sousa, 30, Damião é um funcionário modelo. “Graças a Deus ele está bem. Ele parou para ajudar outro cara. Ele é um cara muito bom. Sempre ajuda as pessoas. Qualquer coisa que precisar, pode contar com ele. É um cara excepcional”, contou. O gestor também faz o alerta para a falta de infraestrutura para as chuvas na região. “Toda vez que chove é esse mesmo transtorno, qualquer chuvinha alega. Creio que precisamos de bocas-de-lobo para levar as águas da chuvas. É comum alegar e a água invadir casas aqui pela região”, alertou.

Mais imagens da “corrente humana”

Novas imagens obtidas pelo Metrópoles nesta segunda-feira (25/11) mostram a forte enxurrada pelas ruas próximas à Feira do Produtor do Sol Nascente, pouco antes dos trabalhadores de uma lanchonete na região se unirem para resgatar o homem que era levado pela água.

Os vídeos também mostram o comércio sendo invadido por um grande volume de água.

Assista:

“Todo o governo está dando assistência”

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), visitou pontos de Ceilândia e Sol Nascente que foram alagados. Ibaneis disse à coluna Grande Angular no domingo (24/11) que a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros interditaram casas construídas em locais indevidos. As famílias serão direcionadas a um ginásio na Regional de Ensino de Ceilândia, até que sejam realocadas para endereços temporários ou recebam aluguel social.

“Eu visitei os pontos de alagamento, e todo o governo está prestando assistência aos moradores. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros recomendaram a interdição de algumas casas construídas em locais indevidos, que obstruem a passagem da água”, afirmou Ibaneis à coluna.

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