Conversa para boi dormir: Bolsonaro afirma que ações foram analisadas dentro das ‘quatro linhas’ da Constituição

Brasília – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (25) que todas as medidas tomadas em seu governo respeitaram as “quatro linhas” da Constituição. Ele também negou ter discutido qualquer tentativa de golpe de Estado, após sua derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

“Ninguém vai dar golpe com general da reserva e meia dúzia de oficiais. Isso é absurdo. Nunca houve, da minha parte, discussão sobre golpe. Se alguém trouxesse essa ideia, minha pergunta seria: ‘E o dia seguinte? Como o mundo reagiria?’”, declarou Bolsonaro em entrevista.

Indiciamento pela Polícia Federal

Na última quinta-feira (21), a Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro e outras 36 pessoas por supostos planos golpistas, incluindo crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. As investigações apontam que o grupo discutiu estratégias para impedir a posse de Lula.

Bolsonaro, no entanto, reiterou que a palavra “golpe” nunca esteve em seu vocabulário. “Desde 2019, acusam-me de querer dar um golpe. Isso nunca fez parte das minhas intenções”, afirmou.

Áudios revelados pela PF

As investigações da PF incluíram 52 áudios que mostram conversas entre militares próximos a Bolsonaro, incluindo o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, e o general Mario Fernandes, apontado como articulador do plano.

Bolsonaro se mostrou indignado com as revelações. “Esses áudios me ofendem. Jamais faria algo fora da Constituição. É possível resolver os problemas do Brasil respeitando as leis”, disse.

Declaração sobre estado de sítio

Durante a entrevista, Bolsonaro também negou que tenha levado adiante qualquer discussão sobre a implementação de um estado de sítio. “Não assinei nada, não convoquei ninguém. Analisei a Constituição e descartei essa possibilidade”, afirmou.

De acordo com a Constituição Federal, o estado de sítio só pode ser declarado em situações como guerra, agressão armada estrangeira ou comoção grave de repercussão nacional. A medida exige a aprovação do Congresso Nacional, após consulta ao Conselho da República e ao Conselho de Defesa Nacional.


Entenda, saiba mais: perguntas e respostas

1. Por que Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal?
A PF aponta sua participação em um plano golpista para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, com apoio de militares e aliados.

2. O que revelam os áudios investigados pela PF?
Os áudios incluem conversas entre militares sobre possíveis ações golpistas, mencionando estratégias como estado de sítio e controle do poder.

3. Bolsonaro discutiu estado de sítio durante seu governo?
Ele admitiu ter analisado a possibilidade dentro da Constituição, mas afirmou que descartou a ideia e não assinou nenhum documento relacionado.

4. Quem são os envolvidos no indiciamento da PF?
Além de Bolsonaro, 36 pessoas foram indiciadas, incluindo o general Mario Fernandes e o tenente-coronel Mauro Cid.

5. O que a Constituição diz sobre o estado de sítio?
A medida só pode ser tomada em casos de guerra, agressão estrangeira ou grave comoção nacional, com aprovação do Congresso.

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