Mais de 40% das espécies de corais do mundo estão em risco de extinção

 

Durante a COP29 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), um dado preocupante veio a público: 44% das espécies de corais responsáveis por produzir recifes correm perigo de extinção. As informações foram retiradas de uma análise feita a partir da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, organização de conservação ambiental.

Foram analisados o estado de conservação de 892 espécies de corais típicas de água quente. Desse número, 44% (ou 392 espécies) sofrem risco de extinção.

Segundo a equipe de pesquisadores que fez o levantamento, as mudanças climáticas são responsáveis pelo impacto na vida desses seres marinhos.

A análise incluiu espécies do Caribe, que concentra 10% dos recifes de corais do mundo todo. No Caribe, existem duas espécies que possuem alto risco de extinção: o coral chifre-de-veado (Acropora cervicornis) e o coral chifre-de-alce (Acropora palmata). O desaparecimento desses animais é resultado de fatores como o aquecimento global, poluição do mar, furacões e pelas consequências das doenças que acometem os corais.

“Foi uma experiência incrível estar envolvido em um projeto de pesquisa tão grande e fazer parte de uma equipe internacional. No entanto, os resultados que mostram que tantos corais estão ameaçados são muito alarmantes”, disse Michael Sweet, professor de ecologia molecular e chefe do centro de pesquisa aquática da Universidade de Derby, na Inglaterra, que participou do levantamento em comunicado.

“Os corais são ecossistemas vitais. Eles abrigam mais de 30% de toda a vida marinha, sustentam cerca de 1 bilhão de pessoas e oferecem trilhões de dólares em serviços ecossistêmicos, auxiliando desde peixes até proteção costeira. Os corais trazem muitos benefícios, e nosso mundo depende deles. Então, é vital que ajamos agora para protegê-los”.

Para reverter a situação e impedir a extinção dos corais, é necessário encerrar as emissões de gases do efeito estufa. Além disso, especialistas acreditam que mais pesquisas precisam ser feitas sobre a possibilidade desses animais se adaptarem à águas mais quentes – algo inevitável, tendo em vista o cenário de aquecimento global.

Como consequência, cresce a ocorrência de doenças, eventos de branqueamento dos corais e a mortalidade. Recifes de corais demoram milhares de anos para serem construídos, e constituem uma vasta biodiversidade.

“Precisamos cortar drasticamente as emissões de gases de efeito estufa juntamente com ações para lidar com ameaças locais se quisermos dar aos recifes de corais uma chance de sobreviver. Ao agir agora, podemos diminuir o ritmo do aquecimento do oceano e ampliar a janela de oportunidade para que os corais se adaptem e sobrevivam potencialmente a longo prazo”, finaliza Beth Polidoro, coordenadora da autoridade da Lista Vermelha de Corais da Comissão de Sobrevivência de Espécies da IUCN.

Fonte: Galileu

 

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