Câncer: estresse contribui com aumento do tumor, mostra estudo

Um estudo feito por pesquisadores do Laboratório Cold Spring Harbor, dos Estados Unidos, mostra pela primeira vez evidências de que o estresse crônico pode piorar um quadro de câncer e levar à metástase.

A descoberta, feita a partir de um experimento com ratos de laboratório com câncer de mama, foi publicada na revista Cancer Cell, na quinta-feira (22/2).

“O estresse é algo que realmente não podemos evitar em pacientes com câncer. Você pode imaginar que se for diagnosticado, não consegue parar de pensar na doença, no tratamento ou na família. Portanto, é muito importante compreender como o estresse atua sobre nós”, considera o pesquisador Xue-Yan He, do Laboratório Cold Spring Harbor, no trabalho.

De acordo com os autores do estudo, o estresse crônico leva à formação de “redes pegajosas” de neutrófilos, um tipo de glóbulo branco que ajuda o organismo a combater infecções e a curar lesões. Mas nesse caso, as redes facilitam a invasão das células cancerígenas nos tecidos.

Influência do estresse no câncer

Os pesquisadores separaram os ratos com câncer de mama com metástase nos pulmões em dois grupos. Um deles foi colocado em uma rotina com situações de estresse – como flashes de luz, música alta ou privação de comida –, enquanto o outro seguiu em condições normais.

Os camundongos colocados sob estresse ​​apresentaram maior crescimento do tumor e um aumento de até quatro vezes nas metástases para os pulmões do que os animais do grupo controle.

O estresse também causou uma redução no número de células imunológicas, como células T e células natural killer (NK), ao mesmo tempo que aumentou o número de neutrófilos que viajam da corrente sanguínea e entram nos tumores.


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De acordo com o estudo, a corticosterona (hormônio do estresse) levou a disseminação do câncer e causou a formação de lesões nos pulmões dos ratos.

“A redução do estresse deve ser um componente do tratamento e prevenção do câncer”, afirma a professora Linda Van Aelst, do Cold Spring Harbor Lab.

Os autores do experimento consideram que, embora os resultados parecem confirmar que o estresse promove o crescimento do câncer, eles não provam que viver sob estresse é um fator de risco para desenvolver tumores.

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