Padre indiciado por conspirar contra governo Lula criou ‘Oração ao Golpe’

Osasco – O padre católico José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por sua suposta participação em uma conspiração golpista.

Ele teria criado e disseminado, via WhatsApp, uma “oração ao golpe”, que pedia apoio militar para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. O conteúdo da mensagem foi compartilhado logo após as eleições de 2022 e indicava um movimento de apoio à manutenção do então presidente Jair Bolsonaro no poder.

Segundo o relatório da PF, o padre enviou a oração para contatos próximos, incluindo o Frei Gilson, e pediu que a mensagem fosse disseminada a pessoas de “estrita confiança”. O documento aponta que, ao fazer isso, o religioso tinha plena consciência da ilegalidade da ação. Além disso, a PF identificou o envolvimento de José Eduardo em reuniões estratégicas com outros indivíduos ligados ao movimento golpista.

Oração ao golpe

A “oração ao golpe” foi uma mensagem enviada por José Eduardo a seus contatos mais próximos, incluindo o Frei Gilson. Na oração, o padre pedia que Deus concedesse coragem aos militares, especificamente aos generais de quatro estrelas, para que esses agissem contra a posse do novo governo. O texto continha um trecho que dizia: “pedindo para que Deus lhes dê a coragem de salvar o Brasil, lhes ajude a vencer a covardia e os estimule a agir com consciência histórica…”.

Além disso, o padre solicitou que a oração fosse compartilhada com pessoas que estivessem alinhadas com o movimento golpista. A PF afirma que isso demonstrou a intenção de ocultar o caráter ilícito da mensagem.

A participação do padre na trama golpista

De acordo com as investigações da PF, o padre José Eduardo fez parte de um núcleo jurídico envolvido na elaboração de decretos e fundamentações legais que favoreciam os interesses golpistas. Esse núcleo assessorava os membros do suposto golpe de Estado, ajudando na criação de minutas que buscavam legitimar a ação. Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, foi quem revelou que esse núcleo tinha papel importante na articulação do golpe.

Além disso, o padre José Eduardo teria participado de uma reunião, em novembro de 2022, com Filipe Martins e Amauri Feres Saad, ambos indiciados pela PF e ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto e foi parte de uma série de tratativas com militares para tentar instaurar um regime de exceção no país.

Conseqüências legais

Em fevereiro de 2023, durante uma operação da PF, o padre foi informado de que deveria cumprir medidas cautelares. Isso visava evitar sua prisão enquanto a investigação continuava. O padre é conhecido por suas opiniões conservadoras, compartilhadas frequentemente nas redes sociais, onde ele se posiciona sobre temas como guerra cultural, aborto e a influência das músicas populares na vida das crianças.

Entenda: saiba mais tire suas dúvidas

1. Qual foi o conteúdo da oração criada pelo padre José Eduardo?

A oração criada pelo padre pedia apoio aos militares para impedir a posse de Lula e manter o então presidente Bolsonaro no poder. O texto foi enviado em novembro de 2022, logo após as eleições presidenciais.

2. O que a PF descobriu sobre o envolvimento do padre?

A PF revelou que o padre estava envolvido em um esquema golpista, ajudando a espalhar a oração e participando de reuniões com outros conspiradores. Ele fazia parte de um núcleo jurídico que assessorava a elaboração de decretos golpistas.

3. O que a PF concluiu sobre as ações do padre?

A PF concluiu que o padre José Eduardo sabia da ilegalidade do conteúdo e, ao compartilhar a oração, estava tentando mobilizar pessoas para apoiar o golpe. Além disso, ele se reuniu com outros membros da conspiração.

4. Quais foram as medidas tomadas contra o padre?

Após a operação em fevereiro, o padre recebeu medidas cautelares para evitar sua prisão. A investigação continua, e o padre permanece sob investigação pela PF.

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