SP: disputa por território do tráfico deflagrou nova guerra de facções

São Paulo – O cabeleireiro Daniel de Paula Sobrinho, de 29 anos, o Vovô, foi executado por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), no início da manhã de sábado (23/11), em Rio Claro, interior paulista, após ser alvo de ao menos 30 tiros de pistola.

O Metrópoles apurou que a motivação para o assassinato seria a disputa entre a maior facção criminosa do Brasil e a quadrilha da qual Vovô fazia parte, conhecida como Bando do Magrelo, pelo controle de pontos de vendas de drogas na região. A guerra entre os grupos criminosos já provocou dezenas de mortes na região.

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Anderson Ricardo, o Magrelo, chefe do Bando do Magrelo, preso em 2023

Polícia aguarda laudos para confirmar identidade das vítimas
Daniel de Paula Sobrinho, o Vovô, morto pelo PCC
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Rafael Freitas dos Santos, o “Nariz Torto”, posa segurando dois fuzis

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Anderson Ricardo, o Magrelo, chefe do Bando do Magrelo, preso em 2023

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Polícia aguarda laudos para confirmar identidade das vítimas

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Daniel de Paula Sobrinho, o Vovô, morto pelo PCC

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Gabriel Lima Cardoso, 26, membro do PCC assassinado

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José Cláudio Martins Nunes, 50, membro do PCC morto por bando rival

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Marcelo Henrique Ferreira, 27, morto a tiros por Bando do Magrelo

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José Orlando Rodrigues, o Zóio, aliado de Murilo e morto em retaliação a um ataque supostamente comandado pelo jovem

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Adalberto Aldivino Batista do Prado, o Divino, pai de Murilo

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Leandro Agostinho Fernandes, conhecido como Filho do Turco. Ele seria aliado de Murilo na disputa pelo Bando do Magrelo

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Arte/Metrópoles

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Michael Diego de Moraes, uma das supostas vítimas do grupo “dissidente” de Magrelo. Ele desapareceu em 29 de abril de 2024 depois de receber um telefonema

Arquivo Pessoal

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Carro foi incendiado em área rural supostamente com corpo de Murilo dentro

Reprodução/Polícia Civil

 

As mais recentes — no total, foram quatro –, ocorreram em um intervalo de 12 horas, iniciadas com o homicídio de Vovô, no salão de cabeleireiro dele, no bairro Jardim Palmeiras. Uma câmera de monitoramento (assista abaixo) registrou a chegada de dois pistoleiros, em um Volkswagen Gol branco, às 8h27. A dupla estaciona em frente ao salão, no qual entra correndo e onde havia clientes.

Daniel, ligado ao Bando do Magrelo, quadrilha local com forte poder de fogo — segundo apurado pelo Metrópoles — foi alvo de ao menos 30 tiros e morreu ainda no local. Toda a ação, incluindo a fuga, durou pouco mais de 20 segundos.

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Triplo assassinato

Cerca de 12 horas depois da morte de Daniel, o Bando do Magrelo vingou a morte do seu integrante.

Conforme registros policiais, obtidos pelo Metrópoles, a quadrilha local matou a tiros: José Cláudio Martins Nunes, de 50 anos, Gabriel Lima Cardoso, 26, e Marcelo Henrique Ferreira, 27, todos membros do PCC.

Marcelo foi morto com um tiro na cabeça e outro na nuca, no meio da rua, no Jardim Rio Claro. A cerca de dez metros de distância, havia um Fiat Mobi, com o motor ainda ligado. Suspeita-se que esse carro foi usado pelos assassinos — que ainda abandonaram no local um carregador prolongado de pistola e munições, intactas, calibre 9 milímetros.

Próximo às munições e ao carregador estava o corpo de José Cláudio, atingido por cinco tiros no peito, um na nuca, e outros dois em cada lado da cabeça.

Ainda vasculhando a região, um policial pulou um muro e, no meio de um terreno, localizou um chinelo. Mais adiante, já no asfalto, estava o corpo de Gabriel Lima, baleado com cinco tiros na cabeça e um no joelho direito. Era o terceiro executado na chacina.

O bando do Magrelo pretendia matar quatro membros do PCC. Um deles, porém, sobreviveu ao atentado e foi hospitalizado. Ele poderá ajudar a polícia a identificar os envolvidos na chacina. Até o momento, ninguém foi preso.

Magrelo preso

O líder da quadrilha rival do PCC, Anderson Ricardo de Menezes, o Magrelo, foi preso em 23 de maio do ano passado em Borborema, a cerca de 210 quilômetros de distância de Rio Claro. Ele chegou a afirmar ser o “Novo Marcola” — líder máximo da maior facção do Brasil — devido à influência de seu bando na região.

Magrelo foi denunciado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP). A Justiça atribui ao traficante ao menos 30 mortes na região.

Irmão Soneca

Após a prisão de Magrelo, Murilo Batista Prado, o Irmão Soneca, de 25 anos, teria promovido uma matança na região de Rio Claro para tentar assumir o lugar do chefão encarcerado.

Fontes ligadas à investigação do caso afirmaram, em sigilo, que Irmão Soneca teria tentado se aliar, sem sucesso, ao PCC. Ele, antes disso, fazia parte da quadrilha de Magrelo, com o qual realizou negócios, inclusive viajando com o chefão ao Paraguai – onde teria negociado e transportado cargas de drogas para o interior paulista.

Mas, sem respaldo do PCC e considerado um traidor, Irmão Soneca teria sido julgado e condenado à morte, em agosto, por um “tribunal do crime” promovido por criminosos do bando liderado por Magrelo.

Dois corpos foram encontrados em um veículo incendiado e, um deles, conforme fontes afirmaram sob sigilo, foi reconhecido por familiares como de Irmão Soneca.

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