Acidente em Rocha Miranda é o 15º rompimento de adutora em 2024

Rio de Janeiro – Rocha Miranda – O rompimento de uma adutora subterrânea causou uma tragédia em Rocha Miranda, Zona Norte do Rio, na madrugada de terça-feira (27).

A força da água destruiu a casa de Marilene Rodrigues Lima, de 79 anos, enquanto ela dormia. A idosa ficou soterrada pelos escombros e não resistiu.

No mesmo imóvel, uma cuidadora que acompanhava Marilene conseguiu escapar sem ferimentos graves.

O acidente, que deixou ruas alagadas, é o 15º rompimento de adutoras registrado este ano na Região Metropolitana do Rio.


Detalhes do acidente

O incidente ocorreu por volta das 3h30 na Rua das Opalas, atingindo várias residências e veículos estacionados. Equipes de resgate trabalharam por cinco horas para retirar o corpo da idosa. A enxurrada arrancou o asfalto e espalhou pedaços da tubulação pela rua.

Moradores relataram momentos de desespero. Monique Cristina Braga de Souza, filha de Marilene, disse que a intensidade da água tornou impossível o resgate imediato. “Era muita água, eu só pensava em salvar minha mãe, mas não dava”, afirmou.


Infraestrutura antiga e recorrência

A adutora rompida faz parte de uma rede construída em 1949, composta por canalizações de concreto com capacidade de 500 litros por segundo. Essa rede abastece a Zona Norte do Rio e parte da Baixada Fluminense, com uma extensão de 74 km.

Sinval Andrade, diretor da concessionária Águas do Rio, destacou que a maioria das tubulações é antiga e apresenta desgastes significativos. Ele também apontou a ocupação irregular como agravante, já que muitas casas foram construídas sobre as redes.

Segundo especialistas, a pressão da água e o desgaste dos materiais tornam frequentes os rompimentos. Apenas em janeiro de 2024, sete ocorrências semelhantes foram registradas.


Tragédias em série

Desde o início do ano, acidentes envolvendo adutoras provocaram prejuízos materiais e mortes na região. Em janeiro, uma jovem de 18 anos morreu em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, após cair em uma tubulação rompida no Rio Botas.

Outros rompimentos ocorreram em bairros como Flamengo, Guadalupe e São Conrado, afetando centenas de moradores. Carros submersos, alagamentos e interrupções no abastecimento de água são consequências frequentes desses acidentes.


Responsabilidades e ações

A concessionária Águas do Rio informou que as causas do rompimento em Rocha Miranda estão sendo investigadas. A empresa foi notificada pelo Procon-RJ e terá 15 dias para apresentar defesa, sob pena de multa de até R$ 13 milhões.

A Agenersa, agência reguladora, também abriu um processo para apurar as responsabilidades. Em nota, a concessionária reconheceu os desafios de manutenção em uma rede com problemas históricos e estruturais.


Entenda, saiba mais e tire suas dúvidas

O que causa o rompimento de adutoras?

Tubulações antigas, desgaste de material e pressão da água são fatores comuns. Falhas em emendas ou falta de manutenção também podem agravar o problema.

Por que tantas ocorrências em 2024?

O sistema de abastecimento no Rio sofre com redes antigas e falta de manutenção regular. A privatização da Cedae trouxe novos gestores, mas o desgaste acumulado exige intervenções urgentes.

Quais bairros estão mais afetados?

Zona Norte do Rio e Baixada Fluminense concentram a maioria dos rompimentos, devido à ocupação densa e redes antigas.

Como evitar acidentes?

Manutenção preventiva, substituição de tubulações e fiscalização em áreas de ocupação irregular são medidas necessárias, segundo especialistas.

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