Pesquisa testa novas tecnologias para diagnóstico de tuberculose em Sergipe

 

Pesquisadores do Brasil, Reino Unido e Suíça estão desenvolvendo um estudo para testar novas tecnologias para o diagnóstico da tuberculose, com o objetivo de melhorar o rastreio da doença em sete países com alta predominância de casos no mundo.

Os professores do departamento de Medicina e do programa de pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Victor Santana Santos e Ricardo Queiroz Gurgel, lideram a pesquisa no Brasil.

“Nós vamos incorporar a aplicação de testes rápidos, que já são uma tecnologia bastante comum para identificar doenças como dengue, zika e chikungunya, só que agora para acelerar o rastreio da tuberculose,” explica o professor Victor Santos.

Sergipe e Alagoas foram os dois estados selecionados para receber o estudo no país. Três unidades básicas de saúde de Aracaju foram selecionadas para a realização da pesquisa em Sergipe. São elas: Osvaldo Leite e Celso Daniel, no Bairro Santa Maria, e Anália Pina, no Bairro Santos Dumont.

Com o auxílio de equipes de saúde do município, os pesquisadores estão iniciando a busca ativa por casos suspeitos nos dois bairros das zonas Norte e Sul da capital sergipana. As amostras coletadas serão analisadas em parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado de Sergipe (Lacen-SE).

“Esse intercâmbio, com a possibilidade de transferência de tecnologia, será muito útil para nós, principalmente para o laboratório de Micobactérias, que abriga a área de tuberculose, para aumentar nosso know hall,” ressalta o superintendente do Lacen-SE, Cliomar Alves.

Entre os focos da investigação, estão a situação de pessoas que vivem com HIV/Aids, diante da alta incidência de mortes por tuberculose na população com o vírus, e a vulnerabilidade socioeconômica no acesso à atenção primária em saúde.

Coordenado pela Escola de Medicina Tropical de Liverpool, na Inglaterra, o projeto intitulado Start 4 all também acontece em Bangladesh, Camarões, Malaui, Nigéria, Quênia e Vietnã. O trabalho é financiado pela agência global de saúde Unitaid.

O pesquisador da Stop TB Partnership, Jacob Cresvell, realizou a primeira visita ao Brasil para acompanhar os preparativos para o início da pesquisa de campo nos próximos dias. A primeira fase do estudo deve durar um ano. Ao todo, o projeto tem duração prevista de quatro anos.

“O que tentamos aplicar com esse estudo é levar novas tecnologias, combinando tudo isso para encontrar maneiras de diagnosticar as pessoas mais cedo e iniciar o tratamento, para que possamos diminuir o déficit de 3 milhões de pessoas que não identificamos ano a ano,” pontua Jacob.

Dia Mundial de Combate à Tuberculose

Desde 1982, 24 de março é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. A data foi criada pela OMS como marco aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da doença pelo médico alemão Robert Koch, em 24 de março de 1882.

Com cerca de 10 milhões de casos confirmados no mundo, somente em 2022, a tuberculose é a segunda causa de morte mais comum por doença infecciosa, de acordo com o Relatório Global da Tuberculose, da Organização Mundial da Saúde.

Fonte: Ascom UFS

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