Ex-ministro Braga Netto é preso pela PF em investigação sobre golpe de estado

O ex-ministro Walter Braga Netto foi preso neste sábado (14) pela PF (Polícia Federal). O general, que era candidato a vice de Jair Bolsonaro, foi indiciado por suposta tentativa de golpe de estado após as eleições de 2022.

Ex-ministro Braga Netto

Braga Netto é preso pela PF em investigação sobre golpe de estado – Foto: José Cruz/Agência Brasil/ND

Segundo o R7, a PF apontou os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O ex-ministro foi preso em sua casa no Rio de Janeiro.

Ainda de acordo com a PF, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra pessoas que estariam atrapalhando a produção de provas durante a instrução processual penal.

O alvo da medida foi o ex-assessor de Braga Netto, coronel Flávio Pelegrino. Segundo a investigação, Pelegrino é o responsável por elaborar o documento, nomeado de Operação 142, que planejava as etapas do golpe de Estado. O documento, encontrado na sede do Partido Liberal de Valdemar Costa Neto em Brasília, é finalizado com a frase “Lula não sobe a rampa”.

De acordo com fontes ouvidas pelo R7, Braga Netto ficará preso inicialmente em um batalhão do Exército no RJ, enquanto Pelegrino vai cumprir as medidas cautelares em Brasília.

Plano de golpe incluía cancelar eleição e substituir o TSE, revela PF

A PF apontou que o entorno do general Braga Netto preparou o que chamou de “operação 142” para anular a eleição, estender mandatos, trocar todos os ministros do TSE (ribunal Superior Eleitoral) e impedir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subisse a rampa do Palácio do Planalto para a cerimônia de posse.

As informações estão no relatório da PF, aberto no último dia 26 de novembro por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). A investigação aponta que Bolsonaro “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” da tentativa de golpe de Estado após ter perdido a eleição de 2022.

O manuscrito registrou “interrupção do processo de transição”, “anulação das eleições”, “substituição de todo TSE” e “preparação de novas eleições”. Tinha, ainda, a anotação “Lula não sobe a rampa”.

“O documento demonstra que Braga Netto e seu entorno tinha clara intenção golpista, com o objetivo de subverter o Estado Democrático de Direito, utilizando uma interpretação anômala do art. 142 da CF, de forma a tentar legitimar o golpe de Estado”, diz relatório da PF.

Os investigadores apontam que o documento foi produzido entre novembro e dezembro de 2022. Portanto, após a eleição na qual Bolsonaro e Braga Netto, vice na chapa, saíram derrotados.

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