Polícia afirma que Ricardo Magro usou 188 empresas para crimes fiscais

São Paulo — Apontado como o maior sonegador de impostos do Brasil, o empresário Ricardo Magro, controlador da refinaria Refit (ex-Manguinhos), é suspeito de usar 188 empresas para cometer crimes fiscais, segundo a Polícia Civil paulista.

Como mostrou o Metrópoles nessa sexta-feira (13/12), empresas ligadas a Magro (foto em destaque) foram alvo de uma operação contra um suposto esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro conduzida por policiais do 10º DP (Penha), da zona leste de São Paulo.

Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em seis endereços na capital paulista, em Guarulhos e Arujá, na Grande São Paulo. Entre os alvos estão duas empresas que seriam usadas para receber pagamentos dirigidos à Fera Lubrificantes, companhia sediada em Guarulhos e registrada em nome do pai e do avô de Magro.

A polícia investiga a suspeita de que Magro utiliza uma série de empresas para sonegar ICMS em São Paulo, trazendo combustível mais barato de outro estado, além de lavar dinheiro e blindar seu patrimônio de eventuais confiscos, uma vez que suas companhias estão entre os maiores devedores do país.

Das 188 empresas identificadas pela Polícia Civil, 26 estão em nome de Ricardo Magro, 36 em nome do pai dele, e 23 em nome do avô.

“Logicamente, essa intrincada engenharia societária e financeira tem alguns objetivos como da sonegação fiscal, da lavagem desses valores, principalmente através das duas factories, Yield e Alpha, que também são utilizadas para proteção dos valores arrecadados numa eventual ação de execução fiscal ou de credores, o que viria a constituir uma fraude a execução ou fraude a credores”, afirma o relatório de investigação.

Segundo a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), a Refit é o maior devedor de impostos de São Paulo, com 134 débitos que somam R$ 8,1 bilhões. O valor é o dobro da segunda colocada do ranking, a operadora de telefonia TIM. Já a Fera Lubrificantes acumula R$ 117,9 milhões em dívidas tributárias. Os dados foram atualizados em novembro deste ano.

Ex-advogado do ex-deputado federal Eduardo Cunha, Ricardo Magro chegou a ser preso em 2016, acusado de desvios em fundos de pensão. Posteriormente, ele foi absolvido nesse caso. Atualmente, ele vive em Miami, nos Estados Unidos, enquanto a Refit responde a processos por sonegação fiscal. Magro nega as acusações.

O que diz Ricardo Magro

Ricardo Magro, por meio de sua assessoria, negou as acusações.

“Não há sonegação e todos os fatos serão esclarecidos na Justiça. É de se estranhar que várias empresas têm relações comerciais, mas há uma seletividade em relação a Ricardo Magro. Não bastasse isso, é de se estranhar também os interesses comerciais de concorrentes que agora dizem abastecer investigações supostamente isentas”, afirma a nota.

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