Lula após prisão de Braga Netto: “Se comprovado, serão punidos”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou neste domingo (15/12) a prisão do general Braga Netto, ocorrida no sábado (14/12), no Rio de Janeiro. Acompanhado pela primeira-dama Janja, após receber alta hospital,  Lula apareceu de surpresa em coletiva concedida pela equipe médica no hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Lula disse que o Brasil não teve um governo de 2019 a 2022, quando foi governado por Jair Bolsonaro (PL). “O Brasil teve uma praga de gafanhoto”, afirmou.

“O que aconteceu essa semana, com a decretação da prisão do general Braga, eu vou demonstrar para vocês que eu tenho mais paciência e sou democrático. Eu acho que ele [Braga Netto] tem todo direito à presunção de inocência porque eu não tive e eu quero que eles tenham todo o direito e todo o respeito para que a lei seja cumprida, mas se esses caras fizeram o que tentaram fazer, eles terão que ser punidos severamente”, disse Lula.

“Não é possível que tenha gente de alta graduação militar tramando a morte de um presidente da República, de seu vice”, completou.

O ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa do PL em 2022, Braga Netto foi detido nesse sábado pela Polícia Federal (PF), em Copacabana, Rio de Janeiro, acusado de envolvimento na trama golpista para impedir a posse de Lula e por tentar ter acesso a conteúdo sigiloso.

Braga Netto é o primeiro general quatro estrelas preso desde o pós-ditadura, em 1964. Detenção semelhante ocorreu em 1961, com o marechal Henrique Teixeira Lopes.

O posto de general de quatro estrelas é o mais alto da carreira militar brasileira. No Brasil, os generais são classificados por estrelas, que indicam o nível de responsabilidade e autoridade de cada oficial.

O ex-ministro foi encaminhado ao Comando Militar do Leste, onde ficará sob custódia do Exército.

Além do mandado de prisão, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra investigados que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal.

Alta hospitalar

Depois de ficar internado por seis dias, Lula recebeu alta hospitalar da equipe médica neste domingo. Em coletiva de imprensa, a equipe médica afirmou que “o presidente se encontra bem, estável, caminhando e falando normalmente”.

“Devido à recuperação do nosso paciente, que foi extremamente acima do esperado, para a felicidade minha, felicidade de toda a nossa equipe, o presidente está de alta hospitalar e deve voltar para casa já já”, disse a médica Ana Helena Germoglio.

Segundo o médico Roberto Kalil Filho, Lula ficará os próximos dias em São Paulo, para acompanhar a cicatrização e fazer uma nova tomografia na quinta-feira (19/12), e poderá retornar às atividade normais, “do ponto de vista reuniões”.

“O presidente está de alta hospitalar e não de alta médica”, disse Kalil.

O presidente foi submetido a uma cirurgia de emergência na segunda-feira (9/12), após uma hemorragia intracraniana, e a outro procedimento cirúrgico na quinta-feira (12/12) para evitar possíveis novas complicações.

No boletim médico desse sábado (14/12), foi informado que Lula teve evolução significativa na recuperação da cirurgia. O petista ainda fez exames de sangue nesse sábado, e seguia “lúcido e orientado, alimentando-se e caminhando”, segundo a nota.

O presidente deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na sexta-feira (13/12) e desde então estava internado sob cuidados semi-intensivos no Hospital Sírio-Libanês, no centro da capital paulista. Naquele dia, chegou a caminhar pelos corredores do hospital e recebeu as visitas da primeira-dama e dos filhos.

Mesmo internado, Lula não passou o cargo para o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que representou o petista em alguns compromissos presidenciais ao longo da semana.

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