Planos de saúde: 41% das indústrias não tentam reduzir sinistralidade

Levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), pelo Sesi e pelo Observatório Nacional da Indústria revelou que 41% das indústrias não adotam estratégias para reduzir a sinistralidade dos planos de saúde. A Pesquisa de Saúde Suplementar na Indústria, conduzida entre abril e agosto de 2024, mostrou ainda que, dentre as indústrias que buscam mitigar custos e sinistralidade, 72% implementam coparticipação, enquanto 67% indicam que o alto custo dos planos é a principal barreira para a melhoria desses serviços.

Os números também revelam um crescimento significativo dos planos coletivos empresariais. Segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em agosto de 2024, o Brasil atingiu 51,4 milhões de beneficiários de planos de saúde, com 36,7 milhões vinculados a contratos coletivos empresariais, representando 71% do mercado.

Na avaliação de Emmanuel Lacerda, superintendente de Saúde e Segurança na Indústria do Sesi, a redução das ocorrências de sinistralidade é possível através da prevenção de doenças, combate à desinformação e acompanhamento da saúde dos trabalhadores.

Entre as soluções propostas, destacam-se o monitoramento do uso do plano de saúde, o diálogo com trabalhadores sobre o uso consciente dos serviços, o estímulo ao atendimento virtual e ainda a busca de alternativas no SUS para atendimentos sem custo ao colaborador, como consultas psicológicas.

A pesquisa contou com 1.041 respostas de empresas de pequeno (30%), médio (38%) e grande porte (32%). Além disso, foram realizadas entrevistas detalhadas com gestores de 26 indústrias localizadas em diversas regiões do Brasil, onde mais de 60% dos participantes ocupavam cargos de gestão e 83% estavam em departamentos de desenvolvimento humano (RH).

Impacto financeiro

Segundo as entidades, o impacto financeiro dos planos de saúde nas empresas não pode ser negligenciado. De acordo com dados do Sesi Nacional, os custos com assistência médica corresponderam a 13,57% da folha de pagamento das companhias. Esse cenário ressalta a urgência de soluções eficazes para a gestão desses custos.

A pesquisa também revelou que quase metade (48%) das indústrias não dispõe de programas de saúde ativos, com 10,2% dos entrevistados sem conhecimento sobre a existência desses programas. Quando avaliado por porte, as iniciativas de saúde são mais frequentes em indústrias de médio (75,8%) e grande (75,4%) porte.

Entre as principais ações de promoção de saúde destacadas estão campanhas de vacinação (50,2%), saúde mental (45,5%) e estímulo à atividade física (33,7%).

Para Jeferson Sakai, gerente de Saúde e Segurança na Indústria do Sesi-SP, os dados obtidos são importantes porque permitem compreender as realidades e dificuldades enfrentadas pelas empresas na gestão da saúde de seus colaboradores.

“Com base nesses resultados, poderemos desenvolver soluções mais assertivas para equilibrar as necessidades de cuidado com a saúde e a sustentabilidade financeira, beneficiando tanto as empresas quanto os trabalhadores”, conclui.

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