Ministro do STF compara golpistas a crime organizado: “Se comportaram como gente do PCC e do Comando Vermelho”

Brasília – Um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ouvido pelo blog da jornalista Andrea Sadi, no G1, comparou as ações de militares investigados por crimes golpistas aos métodos de organizações criminosas, como o PCC e o Comando Vermelho.

“Se comportaram como gente do PCC e do Comando Vermelho”, disse um ministro do STF.

A declaração ocorre após a prisão do general da reserva Walter Braga Netto, no último sábado (14), em Copacabana, como parte das investigações da Polícia Federal.

Fontes ouvidas pela imprensa revelam que as descobertas sobre a suposta participação de militares em tramas golpistas, incluindo o planejamento de assassinatos, têm surpreendido magistrados. No mesmo dia, uma publicação do ex-presidente Jair Bolsonaro foi interpretada como uma mensagem de pressão contra uma possível delação de Braga Netto.

Prisão de Braga Netto gera tensão

O general Walter Braga Netto foi preso em Copacabana sob suspeita de envolvimento em planos de golpe e ações criminosas. Fontes apontam que ele teria articulado para obstruir investigações. A prisão gerou reações no meio político e militar, com aliados de Bolsonaro, como o senador Rogério Marinho (PL-RN), classificando o ato como um “atropelo”.

Apesar da possibilidade de uma delação premiada, analistas consideram improvável que Braga Netto coopere devido à chamada “lealdade militar” e ao apoio de aliados políticos. No entanto, investigadores continuam a monitorar qualquer sinal de colaboração.

Planos de assassinato e pressão sobre outros generais

A investigação também coloca o general Mario Fernandes no centro das atenções. Ele é acusado de participar do planejamento de assassinatos de autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB). Segundo fontes, Fernandes poderia ser uma peça-chave em uma delação premiada, caso decida colaborar.

Os investigadores acreditam que Fernandes tem informações sobre reuniões e conversas com Bolsonaro, incluindo diálogos relacionados a supostos planos golpistas antes do final de 2022. Apesar disso, seu advogado, Marcus Vinicius Figueiredo, negou que ele esteja considerando essa possibilidade.

Bolsonaro reage e tenta desviar foco

No dia da prisão, o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em suas redes sociais uma mensagem vista como um recado a Braga Netto. Ele questionou: “Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, em referência indireta ao caso. A fala gerou interpretações de que Bolsonaro estaria tentando desestimular uma delação por parte do general.

A prisão de Braga Netto aumenta a pressão sobre outros investigados e fortalece as investigações da Polícia Federal. Um exemplo citado por fontes é o de Ronnie Lessa, que, após ser preso, colaborou com as investigações do assassinato de Marielle Franco.

Entenda o caso: investigações sobre militares e crimes golpistas

  • Prisão de Braga Netto: O general é acusado de envolvimento em atos golpistas e obstrução de investigações.
  • Comparação com crime organizado: Ministros do STF apontam que os métodos dos envolvidos se assemelham ao de organizações como PCC.
  • Mario Fernandes na mira: Investigado por planejar assassinatos, é considerado figura central no caso.
  • Publicação de Bolsonaro: Ex-presidente questiona prisão e tenta desviar foco de delações.
  • Histórico de delações: Casos anteriores mostram que até figuras leais, como Ronnie Lessa, já colaboraram com a Justiça.

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