Casa de investigada em SC por tráfico internacional de mulheres é alvo de operação

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (18) a Operação Catwalk, que investiga o tráfico internacional de mulheres para exploração sexual, liderado por uma organização criminosa. Em Santa Catarina, um mandado de busca e apreensão foi cumprido em Barra Velha, na casa de uma das aliciadoras do grupo.

Casa de investigada em SC por tráfico internacional de mulheres é alvo de operação  - PF/Divulgação/ND

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Casa de investigada em SC por tráfico internacional de mulheres é alvo de operação – PF/Divulgação/ND

Segundo a Polícia Federal, grupo criminoso aliciava jovens com promessa de emprego como modelo no exterior - PF/Divulgação/ND

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Segundo a Polícia Federal, grupo criminoso aliciava jovens com promessa de emprego como modelo no exterior – PF/Divulgação/ND

Investigação identificou 10 vítimas até o momento de grupo de tráfico internacional de mulheres  - PF/Divulgação/ND

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Investigação identificou 10 vítimas até o momento de grupo de tráfico internacional de mulheres – PF/Divulgação/ND

Segundo o delegado Edson Garutti, da Comunicação Social da PF em São Paulo, o principal alvo da operação tinha endereços em São Paulo, Santa Catarina e Paraná, estados onde foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão durante a operação. “Ela era uma das aliciadoras de meninas e tinha esses três endereços”, comentou.

Além do cumprimento das ordens judiciais, a operação incluiu medidas cautelares, como a apreensão de passaportes, a proibição de novas emissões de documentos de viagem e o sequestro de bens. Também foi determinada a restrição do acesso às redes sociais dos investigados e a proibição de comunicação entre eles.

Mãe denunciou caso

A investigação teve início após a denúncia de uma mãe em São José dos Campos, cuja filha foi recrutada por uma falsa agência de modelos, localizada no Rio de Janeiro.

Como funcionava esquema de tráfico internacional de mulheres

Segundo a PF, a agência selecionava jovens com perfil específico – aparência infantojuvenil – e prometia empregos como modelos no exterior. No entanto, a realidade era a aliciação das vítimas para exploração sexual, por meio de fraude, coação contratual e manipulação de vulnerabilidades.

A investigação apurou que as vítimas eram submetidas a condições de controle rígido: seus passaportes eram retidos pelas aliciadoras e elas eram levadas para Dubai, onde permaneciam até nova seleção. As aprovadas eram enviadas para a Arábia Saudita, além de outros países europeus, asiáticos e os EUA, onde ficavam por até seis meses.

Durante esse período, as vítimas não tinham liberdade e eram monitoradas em todos os seus movimentos. Apesar do luxo aparente, a vida das vítimas era marcada pela exploração sexual, que muitas eram forçadas a ocultar nas redes sociais, mostrando uma falsa vida de conforto para atrair novas vítimas.

Ainda conforme a polícia, os contratos firmados entre a agência e as jovens continham cláusulas abusivas, como multas milionárias e exigência de exames de DST, gerando coerção para desmotivar desistências.

Até o momento, as investigações identificaram 10 vítimas, mas estimam-se dezenas de mulheres aliciadas mensalmente. Em um dos casos, foi registrado pelo menos um episódio de agressão física e ameaça contra uma das vítimas, com o objetivo de garantir o repasse de comissões de até 60% pelas atividades sexuais. Os financiadores das operações usavam criptomoedas para dificultar a identificação.

Conforme a PF, a falsa agência de modelos nunca existiu e já estava envolvida na exploração sexual em território nacional. A ação conseguiu interceptar o envio da filha da responsável por denunciar o esquema criminoso.

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