Aeroporto de Porto Alegre (RS) já opera sem restrições

Com o fim das obras, o aeroporto retomou as operações de voos domésticos para destinos como Salvador (BA) e Recife (PE). De acordo com a Fraport, após a reabertura em outubro, o aeroporto passou a operar 71 voos diários. Com a recuperação total, o terminal terá, em média, 124 voos por dia.

O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destaca a importância do aeroporto para o turismo do estado. “Essa retomada total é fruto de muito empenho do Governo Federal, que, por meio do Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor) e da Fraport, trabalhou intensamente para que o principal aeroporto do estado voltasse a operar normalmente. Sabemos o quanto o aeroporto é importante para o PIB do Rio Grande do Sul, para o turismo de negócios, para o turismo de lazer e para o escoamento do transporte de cargas”.

Operação 24h e voos internacionais

Com a recuperação total da infraestrutura, o Salgado Filho agora funciona 24 horas por dia, o que permitirá ampliar o número de pousos e decolagens, além de possibilitar a retomada dos voos internacionais, que voltam a operar normalmente nesta quinta-feira. Neste dia, um voo chega a Porto Alegre vindo da Cidade do Panamá, operado pela Copa Airlines. 

A partir de janeiro de 2025, a LATAM reestabelecerá as rotas para Lima (Peru) e Santiago (Chile), as duas rotas com três frequências semanais.

Em março de 2025 será a vez da Aerolíneas Argentinas retomar a rota Porto Alegre – Buenos Aires, com três voos por semana. A TAP também deve confirmar a rota Porto Alegre – Lisboa (Portugal).

Para a presidente do Sindicato Estadual dos Guias de Turismo do Rio Grande do Sul (Sindegtur-RS), Rosane Maria Feltrin, a expectativa, com a retomada das operações do aeroporto, é de recuperação do turismo do estado. “Vejo que está melhorando bastante. O fluxo pode demorar um pouco para voltar ao normal, mas com a abertura do aeroporto e os novos voos, acredito que haverá uma boa recuperação e os profissionais, principalmente os guias de turismo, poderão voltar a trabalhar”, conclui.

Aécio Thor é sócio da Locar Gramado. A empresa atua há dois anos com locação de veículos para turistas em Canela (RS) – a Capital Nacional dos Parques Temáticos. Para o empresário, a recuperação do Salgado Filho é uma boa notícia e deve contribuir para o aumento no número de visitantes ao município. “Já contratamos alguns funcionários, fizemos investimentos em veículos para que possamos atender essa alta demanda. Precisamos dos turistas para que a empresa continue se mantendo e gerando lucros. Tivemos alguns carros danificados com a chuva e sem um fluxo de turistas a empresa estava sem prestar serviços”, relata.

Fluxo de passageiros no Salgado Filho

Com o retorno gradual das atividades em outubro, foram registrados 141.216 passageiros em voos domésticos, ainda sem a retomada dos voos internacionais. No mesmo período, em 2023, foram registrados 600.712 passageiros em voos domésticos e 34.714 em internacionais.

Com a retomada do aeroporto, o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo Rio Grande do Sul (Sindetur-RS), Danilo Kehl Martins, estima que o estado alcance os números anteriores às enchentes em abril de 2025. 

Fechamento do aeroporto

O Aeroporto Salgado Filho ficou fechado por cerca de cinco meses devido aos danos causados pelas enchentes na capital do estado. No dia 3 de maio, o terminal interrompeu as operações em função dos estragos causados pelo grande volume de chuva.

Entre maio e setembro, a Base Aérea de Canoas passou a receber voos comerciais de forma temporária.

Segundo dados da Fraport, em abril deste ano, o aeroporto registrou 530.972 passageiros em voos domésticos e 34.888 em internacionais. O número de passageiros caiu em maio, com 41.942 em voos domésticos e 2.418 em internacionais, antes de ser fechado.

A interrupção dificultou a saída dos passageiros de Porto Alegre para os demais estados do Brasil, além de inviabilizar a chegada de turistas. Para Danilo Kehl Martins, isso afetou diretamente a alta temporada, com as férias de julho e agosto. “Com o fechamento do aeroporto, tivemos que recorrer a voos muito restritos, limitados principalmente a São Paulo. Isso fez com que muitos turistas optassem por outros destinos do Brasil, afetando diretamente o turismo na Serra Gaúcha e em todo o estado do Rio Grande do Sul”, aponta.

Já Rosane Maria Feltrin afirma que o setor ainda enfrenta dificuldades. “Talvez mais do que muitos outros empreendimentos, pois estávamos tentando nos recuperar da baixa da pandemia, que foi muito difícil para os profissionais. Estava começando a melhorar quando veio a enchente, que nos prejudicou bastante e ainda continua, pois não estamos no nosso normal”, completa.

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