Dietas hospitalares: por que hospitais servem sopa e gelatina?

Mais do que ser gostosa, a dieta hospitalar tem o compromisso de dar conta das necessidades nutricionais dos pacientes no pós-operatório e manter o estado nutricional, algo que ajuda na recuperação. Existem necessidades individuais para cada tipo de pessoa, mas a sopa e a gelatina costumam ser servidas com frequência

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Dentro da dieta hospitalar, a popularidade da sopa mais cremosa e da gelatina colorida se baseia, entre outros motivos, na alta concentração de água dentro desses alimentos. Isso porque manter a hidratação de pacientes internados é fundamental.

Para ajudar o time de médicos e enfermeiros, os hospitais contam com nutricionistas especializados que desenham dietas específicas para diferentes grupos de pacientes. Inclusive, é possível ser internado e não comer a tradicional gelatina tão associada às refeições hospitalares, mesmo que seja algo incomum.


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Tipos de dietas hospitalares

A dieta hospitalares podem ser bastante diversas, como aponta o Manual de Dietas Hospitalares, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. São mais de cinco tipos diferentes de dietas que podem ser servidas aos pacientes, como veremos a seguir:

  • Dieta geral hospitalar: é destinada para pacientes sem nenhum tipo de necessidade especial ou de adaptação, como mudança na consistência dos alimentos. É como se fosse a comida de casa, incluindo pão, carne, frutas e verduras;
  • Dieta pastosa hospitalar: é indicada para pacientes com dificuldade na mastigação ou na deglutição devido à inflamação, danos neurológicos, distúrbios neuromotores ou doença esofágica, por exemplo. Então, a ideia é que o indivíduo não precise fazer esforço na hora de se alimentar, como purês, “papinhas” com diferentes bases, mingaus e gelatinas; 
  • Dieta branda hospitalar: é uma dieta intermediária entre a dieta pastosa e geral, oferecida enquanto o paciente melhora de uma cirurgia. Alimentos duros não estão liberados neste momento ainda;
  • Dieta cremosa hospitalar: prescrita para pacientes com disfagia (dificuldade para engolir) líquidos finos, a dieta é composta alimentos quase líquidos em consistência mais grossa. Então, os alimentos são normalmente processados no liquidificador para virar uma espécie de sopa, além da inclusão de gelatina e vitaminas de frutas. A água e o suco podem ser engrossados com a ajuda de espessantes;
  • Dieta líquida completa hospitalar: após cirurgias de cabeça e pescoço ou para pacientes incapazes de tolerar alimentos sólidos, esta dieta é totalmente baseada em líquidos, como leite, sucos, coalhadas, sopas cremosas, caldo de feijão e vegetais cozidos liquidificados; 
  • Dieta líquida restrita hospitalar: quando o paciente deixa o período de alimentação por via intravenosa, a reintrodução alimentar pode começar por aqui, de forma transitória. São poucos nutrientes e poucas calorias, o que a limita ao no máximo três dias. Podem ser ofertados: água, chá, água de coco, sucos coados, gelatina diet e caldo de carne e legumes;
  • Dieta líquida sem resíduo hospitalar: é indicada como forma de preparo para alguns exames ou cirurgias que demandam que o trato gastrointestinal esteja “limpo”, como a colonoscopia. Então, são permitidos apenas líquidos ou alimentos que foram batidos no liquidificador e coados. Nada sólido pode ser consumido.

Por que servir gelatina e sopa no hospital?

Não existe um único motivo que explica a popularidade das gelatinas nas mais diferentes dietas hospitalares, mas vale destacar a facilidade com a qual é digerida pelo organismo, a boa tolerância mesmo em pacientes debilitados, o baixo teor calórico e o alto valor hídrico (concentração de água). Inclusive, é um dos itens mais comuns no pós-operatório, segundo especialistas.

Sopa e gelatina são opções de alimentos populares nas dietas hospitalares pela boa capacidade de hidratação (Imagem: AtlasComposer/Envato)

No caso da sopa, ela é popular e pode ser tão comum quanto caldinhos de legumes, mingaus ou alimentos que foram colocados no liquidificador, tornando-se pastosos. Novamente, ajudam na hidratação do paciente, além de serem fontes de vitaminas e nutrientes, mesmo por quem ainda não consegue mastigar ou engolir direito. 

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