Membro do CV preso em SP teria participado de ataque ao TCP. Vídeo

São Paulo — O homem suspeito de integrar o Comando Vermelho (CV) preso em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, teria participado de um ataque a tiros realizado contra integrantes da facção rival Terceiro Comando Puro (TCP) no fim de novembro em Paraty, litoral do Rio de Janeiro.

De acordo com a Polícia Civil do estado, Cássio Tadeu Alves da Silva, de 41 anos, já havia sido preso por tráfico de drogas e na cadeia estreitou laços com membros do CV que atuam na Ilha das Cobras.

No atentado contra membros do TCP, ocorrido em 30 de novembro, quatro criminosos com armas longas invadiram um samba na região do Pontal e efetuaram diversos disparos. Um suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas e um policial foram mortos.

Uma câmera de segurança flagrou a ação dos criminosos. Nas imagens, é possível ver várias pessoas correndo assim que começa o tiroteio.

Assista:

Prisão

A prisão de Cássio Tadeu Alves da Silva, nessa quinta-feira (18/12), ocorreu durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão expedidos no âmbito do inquérito que apura o caso. A ação foi realizada pela Delegacia de Paraty em parceria com a Polícia Civil de São Paulo.

Na ocasião, foram apreendidos diversos aparelhos celulares. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Marcello Russo, será solicitada à Justiça a quebra de sigilo “para robustecer as provas nos autos do inquérito”.

“Conseguimos com as diligências efetuar a prisão em flagrante de um elemento que portava balança de precisão, drogas ilícitas. Também conseguimos apreender vários celulares. Vamos agora representar pela quebra do sigilo para robustecer as provas nos autos do inquérito”, afirmou o delegado.

Além disso, a 600 metros da casa em que ele mora, a polícia encontrou um carro branco que teria sido usado no crime incendiado.

CV avança por SP

Autoridades das policiais Civil e Militar de São Paulo e do Rio de Janeiro, assim como integrantes do MPSP, ouvidos pelo Metrópoles afirmam que o CV tem ampliado seu poder sobre o litoral norte paulista, disputando com traficantes locais pontos de venda de droga.

O avanço do CV, de acordo com as fontes policiais, ocorre de forma gradual e silenciosa, sem confronto direto com o Primeiro Comando da Capital (PCC) – que é a maior facção paulista e, até pouco tempo, era absoluta na região.

A conquista pacífica de territórios por parte do CV pode indicar, segundo as autoridades, um desinteresse do PCC nos mercados locais de droga, para priorizar sua expansão internacional.

“A ocupação do Comando Vermelho está sendo sorrateira, paulatina”, diz o promotor Alexandre Affonso Castilho, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Vale do Paraíba. “Parece que o PCC realmente perdeu o interesse no tráfico regional. Então, o tráfico regional é explorado basicamente pelos traficantes locais, que ficam vulneráveis ao CV.”

Para o promotor, o avanço do Comando Vermelho também pode ser notado nas rotas do tráfico de drogas.

“Até no que diz respeito ao fornecimento de droga para os traficantes locais, o PCC perdeu monopólio. Esse fornecimento hoje para o tráfico regional tem sido bem ‘democrático’. O PCC já teve uma fatia de mercado muito grande. Hoje o CV ocupa seu espaço”, afirma Castilho.

Alexandre Affonso Castilho afirma que a presença dos traficantes cariocas é percebida especialmente nos bairros periféricos de Ubatuba e nas regiões afastadas das praias, locais conhecidos como sertões. De acordo com o promotor, o Comando Vermelho também tem explorado a grilagem de terras na região.

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