Ciclone Chido deixa ao menos 94 mortos em Moçambique

A passagem do ciclone Chido no norte de Moçambique há uma semana deixou ao menos 94 mortos e 768 feridos, além de afetar mais de 620 mil pessoas, segundo os dados mais atualizados do Instituto Nacional de Redução e Gestão de Riscos de Desastres, divulgados nesse domingo (22/12).

O ciclone, que passou pelo norte do país em 15 de dezembro com ventos de 260 quilômetros por hora e 250 milímetros de chuva em apenas 24 horas, destruiu pelo menos 140.628 casas, 52 centros médicos e 250 escolas, segundo os dados oficiais.

O ciclone Chido também destruiu 89 edifícios públicos, 338 torres de alta tensão, 2,7 mil quilômetros de linhas de energia e 11 postes de telefonia móvel, entre outros danos.

O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, declarou dois dias de luto nacional pelo desastre na sexta-feira, após visitar o distrito de Mecúfi, em Cabo Delgado, o mais atingido pelo ciclone.

“A prioridade que estabelecemos para nós mesmos é o restabelecimento imediato da energia elétrica, porque isso ajudará a resolver o problema da distribuição de água, das comunicações e até da assistência aos doentes”, disse Nyusi em uma reunião com o governo local.

Cabo Delgado, que também está sob ameaça do terrorismo jihadista, é a província mais atingida pelo ciclone, com 84 mortos, até o momento.

Temporais e ciclones

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas mudanças climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

Embora o Chido tenha se dissipado perto do Zimbábue, os danos à região podem continuar a aumentar à medida que avança a avaliação das áreas afetadas, de acordo com especialistas.

O ciclone causou estragos no norte do país antes de se mover em direção ao vizinho Malawi na segunda-feira, onde pelo menos 13 pessoas morreram.

O ciclone também deixou pelo menos 35 mortos e cerca de 2,5 mil feridos, 67 deles em estado grave, no arquipélago francês de Mayotte, embora as autoridades francesas tenham advertido que o número de vítimas pode ser maior.

O arquipélago do Oceano Índico foi devastado por rajadas de vento de até 220 quilômetros por hora e fortes chuvas, que deixaram para trás um cenário apocalíptico.

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