Grandes erupções vulcânicas não causaram a extinção dos dinossauros

Há dezenas de milhões de anos, erupções vulcânicas abalaram a península indiana, causando mudanças climáticas em todo o planeta, deixando-o mais frio. Especialistas ficavam divididos entre esse fenômeno e o impacto de um asteroide, há 66 milhões de anos, como sendo o causador principal da extinção dos dinossauros. Um novo estudo, no entanto, pode ter colocado o último prego na discussão.

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  • Estudo aponta que dinossauros caminhavam para extinção antes do asteroide
  • Vulcões podem ter trazido a vida de volta à Terra após extinção dos dinossauros

Cientistas das Universidades de Utrecht e Manchester estudaram moléculas de turfas americanas para mostrar que as erupções de vulcões monstruosos realmente trouxeram frio, mas que tais efeitos sumiram milhares de anos antes do impacto do meteorito na cratera de Chicxulub, no Golfo do México. Os achados foram publicados na revista científica Science Advances.

Meteoros, vulcões e dinossauros

Nos Basaltos de Decão, na península indiana, quantidades exorbitantes de lava foram expelidas há 66 milhões de anos, jogando CO2, poeira e enxofre no planeta, causando mudanças climáticas por conta de sua quantidade. Para descobrir como foram esses efeitos, pesquisadores analisaram turfas — materiais decompostos em regiões pantanosas —. reconstruindo o clima do passado.


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Os Basaltos de Decão foram formado pelas enormes erupções vulcânicas do Cretáceo, que agora sabemos não terem impactado seriamente os dinossauros (Imagem: Planet Labs, Inc/CC-BY-4.0)
Os Basaltos de Decão foram formado pelas enormes erupções vulcânicas do Cretáceo, que agora sabemos não terem impactado seriamente os dinossauros (Imagem: Planet Labs, Inc/CC-BY-4.0)

Descobriu-se que as erupções ocorreram cerca de 30.000 anos antes do impacto do asteroide, época em que nota-se uma queda de 5º C no clima médio global. Segundo os cientistas, isso pode ter tido influência do enxofre das erupções bloqueando a luz do sol.

Como descobriram isso com base apenas em moléculas? Em turfas fossilizadas, suas membranas moleculares produzidas por bactérias têm uma estrutura que muda de acordo com a temperatura, então estudá-las pode indicar como estavam as condições climáticas.

Cerca de 20.000 anos antes da queda do corpo celeste na Terra, a temperatura já havia estabilizado o suficiente para voltar ao clima anterior às erupções, um aquecimento global também causado por emissões de CO2, muitas delas vulcânicas.

O impacto nos dinossauros teria sido pequeno demais, sendo que o asteroide causou muito mais problemas, desde incêndios florestais e tsunamis a terremotos e um longo inverno de impacto após sua poeira bloquear a luz solar. Com o sucesso da pesquisa, os cientistas planejam usar o mesmo método para estudar outros períodos importantes da história do planeta.

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