Trinta minutos de exercício podem beneficiar a memória até o dia seguinte, atesta estudo

 

Apenas 30 minutos de exercício físico moderado, como uma caminhada rápida, podem melhorar significativamente a memória e as habilidades cognitivas, com efeitos que perduram até o dia seguinte. Esse é o destaque de um estudo realizado pela University College London, na Inglaterra, que acompanhou adultos entre 50 e 83 anos para entender a relação entre atividade física, sono e cognição.

A pesquisa, publicada na revista científica International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, reforça a importância de hábitos ativos  na promoção da saúde cerebral.

O estudo revelou que a memória episódica e a memória de trabalho, fundamentais para recordar eventos e realizar tarefas do dia a dia, apresentaram melhorias notáveis após períodos de maior atividade física. Por exemplo, apenas meia hora a mais de exercício foi suficiente para que os participantes obtivessem resultados melhores nos testes de memória no dia seguinte.

Esses ganhos foram observados mesmo em pessoas que não tiveram uma boa noite de sono, mostrando que o movimento por si só já faz diferença. Por outro lado, os participantes que passaram mais tempo em comportamentos sedentários, como ficar sentado por longos períodos, tiveram um desempenho pior nos mesmos testes.

O papel do sono na saúde mental

Embora os efeitos do exercício sejam notáveis por si só, o estudo também destacou a relevância do sono na cognição. Dormir pelo menos seis horas por noite foi associado a melhores resultados em testes de memória episódica e velocidade psicomotora, evidenciando o impacto positivo de um descanso adequado.

O sono profundo, conhecido como sono de ondas lentas, foi relacionado a ganhos na memória episódica, enquanto a fase de sono REM (movimento rápido dos olhos) mostrou associação com uma atenção mais aguçada no dia seguinte.

Os resultados também indicaram que os benefícios do sono e do exercício não competem entre si, mas agem de forma complementar. Isso significa que, mesmo em noites de sono irregular, manter uma rotina de exercícios pode ajudar a preservar a função cognitiva. Por outro lado, noites de sono mais prolongadas e de melhor qualidade potencializam os efeitos positivos do movimento.

A ciência por trás do impacto

Os mecanismos biológicos por trás dessas descobertas também foram investigados. O exercício físico moderado aumenta o fluxo sanguíneo no cérebro, promovendo a liberação de neurotransmissores como endorfinas e a conexão entre neurônios no hipocampo, uma região vital para a memória e o aprendizado.

Esses efeitos, que ocorrem logo após o movimento, podem se estender ao longo de um dia inteiro, demonstrando que a atividade física não apenas melhora o humor e a energia, mas também impacta diretamente o desempenho mental.

Estudos anteriores já haviam demonstrado que exercícios regulares podem aumentar o volume do hipocampo e até retardar o declínio cognitivo. Contudo, a pesquisa inglesa amplia esse entendimento ao evidenciar que mesmo sessões curtas de exercício podem trazer benefícios perceptíveis e rápidos, particularmente em populações mais velhas.

Os pesquisadores alertam, no entanto, que o estudo contou com uma amostra relativamente pequena de 76 participantes, o que limita generalizações. Ainda assim, os dados reforçam a importância de ações simples e acessíveis para manter a mente saudável e ativa.

Fonte: VEJA

 

 

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