Centenas protestam após queima de árvore de Natal na Síria

Centenas de sírios saíram pelas ruas do centro de Damasco na manhã desta terça-feira (24/12) para protestar contra a queima de uma árvore de Natal, informaram a agência de notícias AFP e a rede britânica BBC.

O protesto em Damasco ocorreu em ruas do bairro Bab Sharqi, tradicional reduto cristão e sede da igreja ortodoxa, pouco menos de duas semanas após o ditador Bashar al-Assad ser derrubado por rebeldes islamistas.

Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra homens encapuzados ateando fogo a uma árvore de Natal em Suqaylabiyah, cidade de maioria cristã próximo a Hama, na região central da Síria.

À AFP, um manifestante disse que protestava contra o que chamou de “injustiça contra cristãos”. “Se não nos permitirem viver nossa fé cristã aqui como costumávamos fazer, então não pertencemos mais ao nosso país”, afirmou.

Imagens do protesto exibidas na imprensa mostram um dos manifestantes carregando a bandeira revolucionária – que ostenta três estrelas em vez das duas que estampam a bandeira usada durante o regime de Assad.

Desprezado pela maioria dos sírios, Assad se apresentava como protetor de minorias – dentre elas, cristãos – em um país de maioria muçulmana sunita.

Protestos semelhantes teriam sido registrados em outras áreas do país, informou a BBC.

Líder muçulmano reage

Em um outro vídeo também postado nas redes sociais, um líder religioso ligado ao Hayat Tahrir al-Sham (HTS), grupo islamista alçado ao poder após a deposição de Assad, assegurou que os que queimaram a árvore de Natal não são sírios e prometeu puni-los.

“A árvore será restaurada até amanhã de manhã”, prometeu. Segundo a BBC, o HTS afirma que os responsáveis pela ação já foram detidos.

Após tomar o poder, o HTS – que tem sua origem no grupo jihadista Al Qaeda e é apoiado pela Turquia – jurou proteger minorias. Conflitos de interesses e grupos extremistas, contudo, ameaçam a estabilidade do país.

O respeito às minorias tem sido uma das condições impostas pela comunidade internacional para uma eventual cooperação com o novo regime sírio.

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