Vale a pena comprar CPU Intel Core i5 em 2025?

Introduzida em 2009, a série de CPUs Intel Core foi uma das maiores mudanças dentro do Time Azul. Com a introdução da série, a empresa disponibilizou diferentes níveis de desempenho com os Core i3, i5 e i7. Focaremos aqui no intermediário, que costuma oferecer as soluções com a melhor relação custo-benefício.

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As CPUs Intel Core i5 conseguem oferecer desempenho interessante, tanto para usuários menos exigentes, mas que ainda precisam de performance, quanto gamers e criadores de conteúdo, que costumam exigir mais do componente. Com isso em mente, vamos ver se ainda vale a pena comprar uma CPU Intel Core i5 em 2025.

O que é o Intel Core i5?

Os Intel Core i5 começaram a ser oferecidos como processadores intermediários, com diferentes modelos equipados com 4 núcleos, quantidade que estava presente também nos Core i7, segmento acima, com diferença em outras especificações. Os quad-cores foram muito fortes e mainstream entre o fim da década de 2000 até meados da metade da década de 2010.


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Naquela época, quem queria mais desempenho, tinha a linha COre i7 à disposição com maior quantidade de cache, clocks mais rápidos, entre outras características. No segmento de entrada, a Intel disponibilizava os Core i3, CPUs mais modestas com dois núcleos.

O mesmo se reflete ainda nos dias de hoje, mas, com o refinamento do processo de fabricação, agora essas séries contam com mais núcleos e também existe a adição da linha i9 de desempenho extremo, deixando as CPUs Core i5 em uma espécie de segmento intermediário mais baixo, já que os i7 agora também ficam no meio, mas oferecendo mais desempenho.

Mesmo assim, um Intel Core i5 consegue entregar um bom nível de desempenho multitarefa, especialmente hoje com mais núcleos, sendo uma boa escolha para tarefas de produtividade e games até o nível intermediário de placas de vídeo, garantindo experiência fluída em jogos.

Os processadores Intel Core i5 são ótimas opções para produtividade e criação de conteúdo (Imagem: Intel/Divulgação)

Evolução da série Core i5 ao longo dos anos

A primeira geração de processadores Intel Core i5 chegou oferecendo 4 núcleos e 4 threads em litografia de 45 nm. O Core i5-750 operava com clocks entre 2,66 e 3,20 GHz, tinha 8 MB de cache L3 e TDP de 95W.

Em 2011, a Intel introduziu a linha K para os Core i5, antes presente somente nos Core i7 de primeira geração. Ainda com 4 núcleos, o Core i5-2600K passou a oferecer 8 threads (com a estreia da tecnologia Hyper-Threading na série) e boost que chegava a 3,8 GHz. Mesmo diminuindo a litografia para 32 nm, o TDP ainda continuou em 95W.

No segundo trimestre de 2012, veio a primeira grande evolução para o segmento da linha de CPUs da Intel, diminuindo a litografia para 22 nm. A série Core i5 de 3ª geração contava com vários SKUs diferentes, com os mais fortes ainda equipados com 4 núcleos, além de outros modelos com 2 núcleos, frequências menores e ausência de Hyper-Threading.

 

Com a liderança confortável para a Intel, somente na 8ª geração houve uma mudança significativa na contagem de núcleos em suas CPUs, justo quando os atuais e maiores rivais da história do Time Azul, os AMD Ryzen, chegaram.

Assim, os Intel Core i5 passaram a ter 6 núcleos, com a adição de 12 threads na 10ª geração com o Core i5-10500, por exemplo, e outros SKUs. Nessa geração, a litografia foi reduzida para 14 nm e o TDP chegou aos 65W. Com boost de 4,50 GHz, essa linha se apresentava como um ótimo custo-benefício.

A mudança seguinte aconteceu na 12ª geração (Alder Lake), que passou a oferecer quase o dobro de cache L3 em relação à 10ª geração (18 a 20 MB). Mas foi com os Raptor Lake de 13ª e 14ª gerações que a série Core i5 sofreu as maiores mudanças.

Com uma alteração considerável na arquitetura, os Core i5 Raptor Lake passaram a vir em opções de 10 núcleos e 16 threads e 14 núcleos e 20 threads, além de mais de 20 MB de cache e clock boost passando de 5,0 GHz. Porém, mesmo com o processo de fabricação mais refinado Intel 7, esses processadores voltaram a passar dos 100W de TDP.

Mudança na nomenclatura da Intel

Depois de 14 gerações e inúmeros processadores lançados, a Intel mudou consideravelmente sua linha de CPUs, começando com o novo nome: Core Ultra. A primeira geração (Meteor Lake) dessa nova fase iniciou com chips mobile com modelos oferecendo soluções com até 14 núcleos. Em relação aos Intel Core, o Core i5-14600K foi o último processador mais relevante e potente antes da mudança.

Em termos de arquitetura, não houve tanta mudança em relação à 14ª geração de processadores do Time Azul, a não ser pela adição de núcleos de baixo perfil de consumo, voltados para tarefas realmente simples e também quando o PC fica em estado ocioso.

A primeira geração de CPUs Intel Core Ultra chegou somente aos notebooks (Imagem: Intel/Divulgação)

A maior motivação da Intel com a mudança está em disponibilizar processamento de IA com núcleos específicos voltados para isso: os NPUs. Com a Inteligência Artificial ganhando cada vez mais força nos últimos anos, a jogada do Time Azul tem como foco levar a acessibilidade com a tecnologia ao público geral.

Já em 2024, a nova fase da Intel chegou pela primeira vez aos PCs de mesa com a segunda geração Core Ultra 200, chamada de Arrow Lake, e com foco em eficiência energética depois que a geração anterior demandava bastante energia.

Impacto no mercado e na percepção do consumidor

Toda mudança em uma série de produto gera algum impacto para a empresa, seja positivo ou negativo. Depois de quase 15 anos seguindo uma mesma nomenclatura, os usuários de processadores Intel e toda a indústria encararam a novidade com certo ceticismo, especialmente com os Meteor Lake, onde os Core Ultra começaram.

Depois de problemas com as CPUs Raptor Lake (13ª e 14ª gerações), que causou uma das maiores crises da história da Intel, essa desconfiança era justificável. Essa situação chegou ao ponto de a empresa precisar afirmar que os novos processadores não teriam os mesmos problemas dos anteriores.

Olhando especificamente para a linha Core i5, comparando as duas últimas gerações em termos de especificações, existem mudanças importantes entre o Core i5-14600K e o Core Ultra 5 245K.

A mudança mais negativa é em relação a ausência da tecnologia hyper threading no Core Ultra 5 245K, que diminui a quantidade de threads. Isso é impactante somente em situações que exigem performance multi-thread, como jogos de mundo aberto e softwares de renderização de imagem, por exemplo. Mas não chega a ser tão significativo, já que a CPU conta com 14 núcleos.

Por outro lado, a geração mais atual nesse segmento oferece maior quantidade de memória cache (26 MB), consumo menor com o boost de 5,2 GHz (159W), núcleos para IA e gráficos integrados de nova geração, a mesma arquitetura que equipa as placas de vídeo Arc.

Vale a pena comprar um Intel Core i5 em 2025?

Os processadores dessa linha cobrem diferentes perfis de uso, seja criação de conteúdo, produtividade em geral e gaming, com boa relação de performance e preço por conta da quantidade de núcleos, clocks, memória cache alta e consumo moderado.

Desempenho dos Intel Core i5

Em jogos, os processadores são responsáveis por “empurrarem” a placa de vídeo, além de executar suas próprias tarefas. Os modelos mais recentes de CPUs do segmento abordado aqui, como o Core i5-14600K e Core Ultra 5 245K, conseguem entregar desempenho similar a CPUs mais fortes como o AMD Ryzen 7 9700X e Core Ultra 7 265K, dependendo do cenário.

Essas CPUs conseguem empurrar bem uma GeForce RTX 4090 em jogos menos exigentes como A Plague Tale: Requiem, Remnant 2 e Baldur’s Gate 3, e são suficientes para entregar mais de 100 FPS em jogos de mundo aberto, mais pesados em CPUs, como Starfield, Hogwarts Legacy e Red Dead Redemption 2.

Tanto o Intel Core Ultra 5 245K quanto o Core i5-14600K entregam desempenho muito similares em aplicações para criação de conteúdo, com leve vantagem para a CPU mais atual (Arrow Lake). Nessas tarefas, ambos os processadores se saem melhor que SKUs rivais da AMD, como o Ryzen 5 9600X, e levemente acima do Ryzen 7 9700X.

Em produtividade geral, qualquer processador da linha Core i5 entrega performance mais que suficiente para esse tipo de tarefa. Se eles dão conta de tarefas mais complexas como as citadas acima, qualquer coisa mais simples não é problema para essas CPUs.

O Intel Core i5-14600K é a melhor opção do segmento e não fica muito atrás de seu sucessor (Foto: Sergio Oliveira/Canaltech)

5 melhores Intel Core i5 para comprar em 2025

Apesar do Core Ultra 5 245K ser a bola da vez nesse segmento da Intel, modelos de gerações passadas para desktop e notebooks ainda são CPUs competentes, com o Core i5-14600K sendo o que se aproxima mais da nova CPU, mesmo com as diferenças de arquitetura e especificações.

Além disso, com alguns anos de disponibilidade, essas CPUs já podem ser encontradas mais baratas, sendo opções ainda mais interessantes com execelente custo-benefício, tendo em mente até onde elas conseguem ir baseado no que falamos aqui.

CPUs Intel Core i5 para comprar em 2025
CPU i5-12400 i5-12450H i5-13500H i5-13600K i5-14600K
Núcleos/Threads 6/12 8/12 12/16 14/20 14/20
Clock base/boost 2,5/4,4 GHz 2,0/4,4 GHz 2,6/4,7 GHz 2,6/5,1 GHz 2,6/5,3 GHz
Cache 18 MB 12 MB 18 MB 24 MB 24 MB
TDP 65 W 45 W 45 W 125 W 125 W

Todos esses processadores são excelentes opções para produtividade geral, mas para criação de conteúdo e gaming, que são tarefas mais complexas, tanto o i5-13600K e 14600K dão conta do recado em desktop, e o i5-13500H é a melhor opção em notebooks. A escolha foi baseada na disponibilidade de notebooks no mercado brasileiro no momento dessa publicação.

Considerações finais

Ainda há alguns fatores a serem considerados na escolha do seu Intel Core i5. Um dos principais é a compatibilidade com a placa-mãe. A Intel dispõe de diferentes chipsets, cada um oferecendo diversos recursos que processadores de diferentes níveis conseguem se beneficiar.

No caso desse segmento, não existe tanto peso nessa decisão, já que qualquer chipset atende bem a necessidade de um Core i5. Por outro lado, é preciso ficar de olho no socket. Nas últimas gerações de CPUs, são dois deles: LGA-1700 para as 12ª, 13ª e 14ª gerações, e o LGA-1851 para os Core Ultra 200.

Esse segmento de CPUs da Intel, apesar de não ser high-end, costuma entregar uma boa longevidade (“future proof”, à prova de futuro, ou seja, resiste às exigências de novas aplicações). É difícil estimar um tempo exato, mas 3 anos é um prazo realista, por exemplo. Isso significa que seu Core i5 continuará rendendo bem por esse período.

Conclusão

A linha de CPUs Intel Core i5 passou muito tempo com configuração mais simples, como quantidade de núcleos, cache e clocks baixos. Nas gerações mais recentes, eles passaram a oferecer muitos núcleos e arquiteturas refinadas, resultando em baixo consumo de energia e bom salto de desempenho geracional. Esses são alguns dos fatores que os tornam bastante atraentes.

Além disso, como foi abordado aqui, esse segmento não sofre com os preços exorbitantes da linha Core i7, com alguns SKUs mais caros e outros mais baratos, mas ainda assim se encaixam bem na relação custo-benefício.

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