Caso raro: homem com câncer tem pênis amputado para conter metástases

Um raro tipo de metástase do câncer de próstata levou um homem de 66 anos a passar por uma amputação total do pênis. O espalhamento da doença para o órgão é “extremamente rara”, segundo os médicos responsáveis pelo atendimento. O paciente, para piorar, ainda teve uma forma de tumor resistente aos tratamentos quimioterápicos, o que levou à cirurgia agressiva e praticamente inédita neste contexto.

O caso ocorreu em Montenegro, pequeno país no leste europeu. Segundo um artigo publicado em dezembro de 2024 na Urology Case Reports, as alternativas da medicina são limitadas frente a metástases deste tipo.

O câncer de próstata e suas metásteses

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil, ficando atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. Estima-se que sejam 71 mil novos casos e 16 mil mortes a cada ano no país.

A metástase para o pênis, no entanto, é extremamente rara. Os tumores na próstata normalmente causam a formação de tumores nos ossos e na bexiga. O aparecimento da doença só costuma atingir de 1 a 4% dos pacientes que possuem diagnósticos de doença avançada (estágios 3 e 4).

Como o órgão só é comprometido em casos mais graves, a maioria dos pacientes tem um prognóstico ruim, e apenas 30% sobrevivem mais que nove meses, em média.

CÂncer penis amputação
Exame de imagem mostrou que o tumor já havia dominado toda a extensão do pênis

O caso de Montenegro

O paciente tinha histórico de três anos de tratamento contra o câncer de próstata. Embora os tumores primários tivessem sido retirados, ele começou a sentir dores e inchaço no pênis, que foram piorando progressivamente.

Os exames de imagem mostraram uma massa sólida na glande, diagnosticada como metástase peniana. No geral, os tumores não avançam tanto no pênis e ficam restritos aos corpos cavernosos.

O paciente foi tratado com uma combinação de bloqueadores hormonais e radioterapia, que reduziram o PSA, mas a lesão no pênis persistiu. Por isso, os médicos decidiram fazer um tratamento radical com a amputação total do órgão.

Após a cirurgia, o paciente teve remissão total dos tumores, mesmo nos exames realizados 12 meses depois da metástase. “Acreditamos que a retirada total do órgão tenha tido um impacto melhor na sobrevida do paciente do que qualquer outra opção de tratamento”, indicam os médicos no estudo.

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