Janeiro Branco: psicóloga alerta sobre os cuidados com a saúde mental

Maria Ilda Santos é psicóloga especialista em psicologia do trânsito e psicologia jurídica. , com 16 anos de experiência na área. (Foto: Portal Infonet)

O Janeiro Branco promove a conscientização sobre a saúde mental e a importância de cuidar da mente. Durante esse mês, muitas pessoas são incentivadas a refletir sobre a sua saúde emocional, identificar possíveis questões não resolvidas e buscar ajuda quando necessário. 

Para esclarecer mais sobre o tema, o Portal Infonet conversou com a psicóloga clínica, Maria Ilda Santos, que possui 16 anos de experiência na área e é especialista em psicologia do trânsito e psicologia jurídica. Durante a entrevista, Maria Ilda Santos explica quais são os sinais de alerta e a partir de quando procurar ajuda. 

A psicóloga explicou que a saúde mental é frequentemente deixada de lado devido à falta de tempo e ao foco nas demandas do dia a dia. “A gente sai de casa pela manhã, trabalha o dia todo e só chega à noite, sem tempo de fazer uma autoavaliação de como estamos emocionalmente”, observa. Por isso, ela acredita que, ao refletir sobre o Janeiro Branco, as pessoas têm a chance de repensar seus hábitos e de se dar conta de que cuidar da saúde mental deve ser uma prioridade.

Ainda segundo a psicóloga Maria Ilda, muitas pessoas acabam negligenciando a saúde mental e só percebem quando já estão sobrecarregadas. “Vivemos em uma correria constante, tentando alcançar objetivos, cumprir prazos, mas muitas vezes nos esquecemos de parar e olhar para nós mesmos. Muitas vezes, as pessoas só percebem que algo não vai bem quando já estão muito sobrecarregadas emocionalmente”, afirma. 

Sinais de alerta

Maria Ilda detalhou ainda os principais sinais de alerta que indicam a necessidade de buscar ajuda profissional. “Quando alguém começa a ter dificuldades para dormir, sente uma falta de apetite ou uma falta de disposição para realizar tarefas cotidianas, são sinais claros de que algo não está bem”, explica. Para ela, o autoconhecimento desempenha um papel fundamental nesse processo. “É necessário se observar, perceber quando estamos sentindo essas mudanças e, a partir daí, procurar ajuda”, orienta. 

Em relação às doenças mentais mais comuns, a profissional mencionou que, em seu consultório, os quadros de ansiedade e depressão são os mais frequentes. “Hoje em dia, a ansiedade se tornou um problema muito comum. Muitas pessoas sentem essa pressão constante por resultados e a ansiedade, se não tratada, pode evoluir para quadros mais graves, como a depressão”, observa. A psicóloga ressaltou que ambos os quadros, embora preocupantes, têm tratamento e cura. “Com a abordagem adequada, é possível tratar tanto a ansiedade quanto a depressão. A chave é procurar ajuda antes que esses problemas se tornem ainda mais debilitantes”, aconselha.

Além disso, ela enfatizou que a combinação de terapia e, em alguns casos, medicação, é essencial para tratar transtornos como a ansiedade e a depressão. “As pessoas às vezes têm resistência à medicação, mas em certos quadros, ela é fundamental para melhorar o quadro clínico e permitir que a terapia tenha um efeito positivo”, explica.

Ela também destacou que a atividade física é um dos pilares para manter uma boa saúde mental. “A prática de exercícios não só melhora a saúde física, mas também libera substâncias que ajudam a equilibrar o estado emocional. Muitas vezes, um simples passeio ou uma caminhada pode fazer toda a diferença”, afirma.

Traumas

A psicóloga também abordou o impacto dos traumas do passado e como eles podem afetar a saúde mental de uma pessoa ao longo da vida. “Muitas vezes, as pessoas chegam ao consultório sem saber que suas dificuldades atuais têm raízes em experiências passadas, especialmente na infância”, explica. Ilda acredita que a terapia é uma ferramenta poderosa para ajudar os pacientes a processar esses traumas e começar um processo de cura. “A terapia ajuda a identificar esses gatilhos emocionais e a encontrar formas de lidar com eles, para que a pessoa possa seguir em frente”, diz.

Ela também fez questão de destacar a importância de não esperar que os problemas emocionais se agravem antes de buscar ajuda. “Muitas vezes, as pessoas só procuram apoio quando já estão em um quadro de depressão severa, quando poderiam ter evitado esse estágio inicial com um acompanhamento mais precoce”, alerta. 

Para Maria Ilda, o Janeiro Branco serve como um lembrete para todos de que cuidar da saúde mental é essencial, e a busca por ajuda deve ser uma prioridade. “Não é um sinal de fraqueza procurar ajuda. Na verdade, é um sinal de autocuidado e de responsabilidade com a própria saúde”, conclui.

por Marina de Sena e Aisla Vasconcelos

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