Exagerar no consumo de frutose dispara inflamação, diz pesquisa da UFMG

 Calma, a frutose é popularmente conhecida como o açúcar das frutas e do mel, mas, hoje, é adicionada artificialmente em inúmeros produtos alimentícios e industrializados, como refrigerantes, sucos e doces. O estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foca especificamente nos efeitos da adição extra e os impactos no organismo humano, como o aumento dos marcadores de inflamação. Então, ninguém precisa “cortar” a banana, a laranja ou a maçã da dieta.

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Publicado na revista Nutrition, o estudo avaliou o impacto do consumo excessivo de frutose (mais do que o de uma fruta) em 22 mulheres saudáveis, com idades que variam entre 20 e 47 anos, no Hospital das Clínicas da UFMG, em Belo Horizonte.

Durante os testes, as participantes receberam um café da manhã padronizado, com uma bebida rica em frutose. Em outros dias, elas tomaram preparados ricos em glicose ou em sacarose. Em seguida, realizaram uma bateria de exames de sangue.  


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Relação da frutose com inflamação

Independentemente do tipo de bebida (rica em frutose, sacarose ou glicose), as amostras de sangue foram coletadas em cinco momentos diferentes em cada uma das refeições — em jejum e após 30 minutos, 1 hora, 2 horas e 4 horas. 

“Nossas descobertas indicam que uma única refeição rica em frutose leva a um aumento mais significativo nas concentrações de triglicerídeos e leucócitos em comparação com glicose e sacarose”, afirmam os autores, no artigo.

Consumo excessivo de frutose, através de alimentos industrializados, aumenta os níveis de inflamação no sangue, mostra estudo da UFMG (Imagem: ANIRUDH/Unsplash)

Para entender os resultados, os leucócitos (glóbulos brancos do sistema imunológico) são responsáveis por sinalizar inflamações para o corpo. Já os triglicérides são associados ao aumento do risco cardiovascular

“Essas descobertas apoiam preocupações sobre a potencial disfunção inflamatória e metabólica associada ao consumo frequente de refeições ricas em frutose”, acrescentam os autores.

De forma paralela, outros estudos já relacionaram o consumo exagerado de frutose, através de alimentos industrializados, com o aumento dos casos de obesidade. É o que sugeriu uma recente pesquisa da Universidade do Colorado, nos EUA.

Diferença entre frutose da fruta e dos industrializados

Como já adiantamos, a frutose é um tipo de açúcar encontrado tanto em frutas quanto em alimentos industrializados. Neste último grupo, a probabilidade de identificar altas concentrações — que impactam negativamente a saúde — é muito maior. 

Vale observar que, na embalagem dos produtos industrializados, a frutose pode se “esconder” com diferentes nomes na lista de ingredientes, como açúcar de fruta, xarope de milho ou HFCS (High Fructose Corn Syru).

Em relação às frutas, é preciso observar alguns pontos. De forma natural, os teores de frutose já são menores. Além disso, uma banana não contém apenas o açúcar, mas, sim, um mix de vitaminas, sais minerais, compostos antioxidantes e fibras, o que torna o alimento ainda mais benéfico para o corpo. E a digestão é mais lenta.

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