Fóssil de dinossauro gigante foi destruído na 2ª GM; espécie era desconhecida

Na Segunda Guerra Mundial, um ataque aéreo destruiu parte do acervo alemão de paleontologia, que contava com fósseis de dinossauros ainda em análise, na cidade de Munique. Passados 80 anos, fotos, registros e documentos da época permitiram que uma equipe de cientistas descobrisse uma nova espécie de dinos gigantes que viveram no Egito há 95 milhões de anos, a Tameryraptor markgrafi.

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Recém-descoberta, a espécie de dinossauro desconhecida pode ser considerada como um parente distante do famoso Tyrannosaurus rex, da América do Norte, devido ao tamanho descomunal. Ambos estão no time dos maiores carnívoros que já habitaram o planeta.

Além do tamanho fora de série, que pode chegar a 10 m, a análise dos registros do dinossauro perdido indica a presença de um chifre nasal proeminente e de dentes poderosos, como detalha o grupo de pesquisadores em estudo publicado na revista PLOS One. Entre os envolvidos na re-descoberta, estão os cientistas das Staatlichen Naturwissenschaftlichen Sammlungen Bayerns (SNSB). 


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Destruição do fóssil de dinossauro gigante

A história do fóssil de dinossauro perdido poderia facilmente ser parte de um romance ou de uma ficção científica. Tudo começa no ano de 1914, quando os fósseis foram escavados em Oásis de Bahariya, no Egito, e enviados para a Alemanha para análise do paleontólogo Ernst Stromer von Reichenbach.

A partir de fotos e registros, cientistas estabelecem nova espécie de dinossauro gigante, que teve fóssil destruído na Segunda Guerra Mundial (Imagem: University Archives Tübingen)

Após fazer registros de suas observações e fotografar todo o material, o esqueleto foi erroneamente catalogado como pertencente ao gênero Carcharodontosaurus e, assim, permaneceu por muitos anos.

Observação: com base nos últimos registros fósseis analisados, sabe-se que os dinossauros do gênero Carcharodontosaurus não contam com um chifre proeminente e têm outras características ausentes no fóssil antigo. Isso permitiu que o exemplar desse origem a uma nova espécie.

Em meio a esse processo “supostamente” concluído de classificação, o prédio que abrigava o fóssil do dinossauro gigante em Munique foi destruído pelas chamas causadas por um bombardeio no dia 21 de julho de 1944. Sobraram apenas algumas fotos do esqueleto original (partes do crânio, espinha e membros posteriores) e registros, que foram esquecidos até pouco tempo atrás. 

Novas análises

“O que vimos nas imagens históricas surpreendeu a todos”, conta Maximilian Kellermann, primeiro autor do estudo, em nota. “O fóssil de dinossauro egípcio retratado ali difere significativamente de achados mais recentes de Carcharodontosaurus no Marrocos”, detalha. 

“A classificação original de Stromer estava, portanto, incorreta. Identificamos uma espécie de dinossauro predador completamente diferente e previamente desconhecida”, completa o paleontólogo. 

Mais dinossauros no Norte da África

Para além da descoberta do novo parente do T-rex que viveu no Egito há milhões de anos e teve sua história quase toda apagada pela 2ª GM, o estudo sugere que a vida proliferava de formas quase totalmente desconhecidas no Norte da África — o local é pouco analisado em busca de registros fósseis.

“Presumivelmente, a fauna de dinossauros do Norte da África era muito mais diversa do que pensávamos anteriormente”, destaca Kellermann. Entretanto, descobrir mais detalhes sobre este capítulo da vida na Terra exigirá uma série de novas escavações.

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