Corante vermelho banido nos EUA ainda é liberado no Brasil

Nos Estados Unidos, a agência Food and Drug Administration (FDA) anunciou a proibição do Corante Vermelho n.º 3, também conhecido como corante eritrosina, na composição de remédios e de alimentos industrializados. No Brasil, o uso continua liberado. 

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A decisão da agência norte-americana foi baseada em estudos com animais nos quais o uso do Corante Vermelho n.º 3 foi associado ao câncer em ratos. No entanto, os especialistas não consideram o risco de câncer iminente para humanos, com base na análise feita e nas concentrações liberadas. 

Tanto é que as indústrias de alimentos têm até o dia 15 de janeiro de 2027 para se adequarem à nova norma e retirar o corante dos produtos vendidos em supermercados. No caso da indústria farmacêutica, a data limite é dia 18 de janeiro de 2028.


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Embora o Brasil não esteja incluído na lista de países que proíbem o uso do corante vermelho artificial, os EUA não estão sozinhos. A Austrália, a Nova Zelândia e a União Europeia já proíbem a maioria dos usos da substância sintética.

O que é Corante Vermelho n.º 3?

O Corante Vermelho n.º 3 ou eritrosina é um aditivo sintético amplamente utilizado para dar uma coloração vermelho-cereja vibrante a alimentos, bebidas e medicamentos. A seguir, confira quais produtos podem contê-lo:

  • Doces, como balas e chicletes;
  • Bolos, cupcakes e biscoitos;
  • Coberturas e glacês;
  • Revestimento de medicamentos e de suplementos.

Entenda o risco de câncer

A decisão da FDA foi apoiada em “dois estudos que associaram câncer em ratos machos de laboratório expostos a altos níveis” do corante vermelho. Como há uma regra de que aditivos que induzem câncer em humanos ou em animais devem ser proibidos, a medida foi respeitada, após uma petição pública. 

Após testes com ratos, EUA proíbem uso do corante vermelho n 3, também conhecido como eritrosina; o Brasil libera o uso (Imagem: Oxana Golubets/Unsplash)

No entanto, a nota da agência sobre a decisão destaca que o câncer observado nos roedores dos experimentos foi causado por “mecanismo hormonal específico de ratos” e o mesmo não ocorre em humanos. 

“Alegações de que o uso do Corante Vermelho n.º 3 em alimentos e em medicamentos ingeridos coloca as pessoas em risco não são apoiadas pelas informações científicas disponíveis”, reforça o documento. Em paralelo, dados iniciais apontam para riscos envolvendo outros tipos de corantes.

Uso de eritrosina no Brasil

No Brasil, a decisão de proibir ou não o uso do Corante Vermelho n.º 3 (ou da eritrosina) é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, não há previsão de que o uso do ativo seja restrito por aqui. Para isso, é necessária uma reavaliação nos dados disponíveis e nas últimas pesquisas, o que ainda não começou.   

Independentemente de um parecer da Anvisa, é possível que o próprio consumidor evite alimentos com corantes artificiais. Neste caso, vale se atentar ao rótulo dos alimentos ultraprocessados. INS 127, E127 e eritrosina são sinônimos do corante vermelho.

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