Banco da família Batista empresta R$ 328 milhões para Grupo Petrópolis

O Banco Original, controlado pela J&F Participações, da família Batista, fará um financiamento de R$ 328 milhões para socorrer o Grupo Petrópólis, dono das cervejarias Itaipava e Petra, segundo reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico.

  • A transação será no modelo “debtor-in-possession” (DIP) – “devedor em posse”, em tradução livre para o português. O financiamento é considerado “imprescindível para manter a continuidade dos negócios e a oxigenação do caixa” do grupo e foi concluído na virada do ano.
  • O DIP é uma operação comum para negócios em recuperação judicial, como o da Petrópolis, e pode ser fechado com acionistas de uma empresa, credores ou terceiros.

Ainda de acordo com o Valor, a cervejaria do grupo registrou queda de 35% nas vendas no período entre janeiro e setembro do ano passado, acumulando um prejuízo de R$ 933 milhões. As perdas totais da companhia bateram R$ 1 bilhão.

Especulações sobre venda para a JBS

Na segunda-feira (20), o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, noticiou que a JBS vem negociando a compra de 50% do Grupo Petrópolis.

A informação sobre o DIP consta do processo de recuperação judicial da Petrópolis. O investimento possibilitará um alívio significativo do caixa para o pagamento de saldo de debêntures já emitidas. Debêntures são títulos de crédito emitidos por empresas e negociados no mercado de capitais.

O Grupo Petrópolis afirma que o DIP é um instrumento previsto na legislação e que possibilita a injeção de recursos para despesas correntes, de modo que sejam honrados compromissos financeiros, sem que a operação seja afetada.

A companhia não confirma se há ou não conversas em andamento a respeito de uma possível venda para a JBS. A empresa da família Batista, por sua vez, não se manifestou até o momento.

Recuperação judicial

A recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários.

Por meio desse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de pagar aos credores por algum tempo, mas têm de apresentar um plano para acertar as contas e seguir em operação.

Em linhas gerais, a recuperação judicial é uma tentativa de evitar a falência.

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