Maduro admite atuação da Venezuela em área colombiana onde 80 morreram

Nicolás Maduro revelou que a Venezuela está atuando no caos em Catatumbo, região no nordeste da Colômbia, onde, desde a última semana, houve 80 mortes após conflitos entre o Exército de Libertação Nacional (ELN) e dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

A declaração do líder chavista ocorreu nesta quarta-feira (22/1) em meio a exercícios militares de tropas venezuelanas.

O que aconteceu

• Desde 16 de janeiro, conflitos violentos explodiram na região colombiana de Catatumbo, na fronteira com a Venezuela.
• A onda de violência surgiu após a guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) e dissidentes das Farc encerrarem uma trégua.
• Os dois grupos lutam pelo controle da área, considerada estratégica na produção de cocaína no país. Até o momento, 80 pessoas morreram em decorrência dos combates.

Enquanto comentava o exercício “Escudo Bolivariano 2025”, Maduro revelou que o ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, está por trás da operação. O objetivo seria enfrentar “grupo rebeldes” na região.

Sem provas, o presidente da Venezuela voltou a acusar o ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe — investigado pela Justiça colombiana — de ser o “líder paramilitar” que transfere dinheiro para tais organizações.

“Temos de liberar todo o território nacional. Diosdado [Cabello] é quem se encontra à frente de todo o procedimento operacional. Está por lá apoiando o povo da Colômbia, em Catatumbo, e está me informando sobre tudo por aqui [pelo celular] em tempo real”, declarou o líder chavista.

Maduro não deixou claro se Cabello opera diretamente do território colombiano, o que significaria violação à soberania da Colômbia, ou por meio da fronteira entre os dois países, em Catatumbo.

O herdeiro político de Hugo Chávez disse que mais informações, repassadas para as forças militares do país, serão divulgadas posteriormente pelo ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela.