Lula recebe ministros em busca de medidas para frear alta de alimentos

A alta no preço dos alimentos que aflige os consumidores brasileiros se tornou uma preocupação central na cúpula do governo federal. Após cobrança pública do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos ministros, o alto escalão do governo busca solução que consiga frear, ou mesmo contornar, a inflação que incide sobre esses produtos.

Não é à toa a preocupação do presidente Lula com o incremento no preço dos alimentos, já que parte da rejeição ao governo é atribuída a esse motivo. De olho nesse fenômeno, no início da semana, durante reunião ministerial, o presidente Lula cobrou medidas dos ministros para reduzir o preço desses itens.

“É uma tarefa nossa garantir que o alimento chegue na mesa do povo trabalhador, da dona de casa, na mesa do povo brasileiro, em condições compatíveis com o salário que ele ganha”, afirmou o líder do Planalto.

Ponto a ponto

  • Lula se reunirá, na manhã desta sexta-feira (24/1), com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT). O encontro tratará do preço dos alimentos.
  • Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que, em 2024, a inflação acumulada ficou em 4,83%. O resultado foi influenciado principalmente pelo grupo Alimentação e Bebidas.
  • Durante o ano passado, os preços sofreram impactos do clima, por condições como secas e excesso de chuvas. Além disso, as entidades do setor apontam que o aumento dos preços de materiais para embalagens somado à elevação nos custos de combustíveis e energia, contribuiu para elevar significativamente os custos de produção.

A reunião ministerial foi, então, sucedida por encontros para se buscar um plano que resolva o problema. Nessa quinta-feira (23/1), Fávaro e Teixeira se reuniram com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para analisar alternativas. As propostas devem, agora, ser entregues ao presidente.

Alternativas

Ainda não há definição sobre quais medidas o governo vai adotar para reverter o cenário. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) defende, entre outras ações, a reestruturação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e a modernização do sistema de prazos de validade, o chamado Best Before. O Executivo, no entanto, já descartou mexer nas regras atuais de validade dos produtos.

Já a mudança no PAT é um dos caminhos estudados pelos auxiliares. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a regulamentação do programa vai permitir o aumento da competitividade entre as operadoras do vale-alimentação e vale-refeição, reduzindo preços para o trabalhador.

“Muitas vezes o trabalhador perde na intermediação em função do fato de que as taxas cobradas são muito elevadas, e tem uma questão de portabilidade que precisa ir à frente. Ela está prevista em lei, mas a portabilidade não está funcionando adequadamente por falta de regulamentação por parte do Banco Central”, avalia.

Ainda segundo o titular da pasta, a queda do dólar e a safra de 2025 devem aliviar os preços no supermercado.

Vale recordar que no ano passado o governo tentou intervir no preço do arroz, ao importá-lo, por meio de um leilão. No entanto, em meio à pressão de produtores e suspeitas de irregularidades, a medida foi suspensa. Dessa vez, o Executivo quer fugir de medidas intervencionistas que causem a queda artificial dos valores.

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