Rússia deixa Assad de lado e fala em cooperar com rebeldes na Síria

O governo da Rússia, antes apoiador de Bashar al-Assad, disse estar pronto para construir laços com a nova administração na Síria, liderada por rebeldes jihadistas. O posicionamento foi divulgado nesta terça-feira (28/1) pelo vice-ministro das Relações Exteriores russo, Mikhail Bogdanov, durante visita a Damasco.


Assad e Rússia

  • Por décadas, o governo da Rússia apoiou o regime de Bashar al-Assad na Síria, inclusive militarmente.
  • Após jihadistas chegarem a Damasco, em dezembro de 2024, Assad decidiu deixar a Síria. 
  • Ele foi para a Rússia, onde pediu asilo político para o governo de Vladimir Putin.

De acordo com Bogdanov, a reunião com o novo líder sírio, Ahmed al-Sharaa, durou cerca de três horas. Durante o encontro, foram discutidos laços comerciais e econômicos entre Moscou e Damasco.

“Estamos prontos para construir uma cooperação mutuamente benéfica com a Síria”, disse o vice-chanceler da Rússia após o encontro.

Além disso, Bogdanov revelou que a situação de bases militares da Rússia na Síria também foram objetos das discussões. Segundo o diplomata, “nada mudou” após a queda do ex-presidente sírio, mas negociações sobre a manutenção das instalações no país ainda devem acontecer.

“Esta questão requer negociações adicionais. Concordamos em continuar consultas detalhadas sobre todos os assuntos da nossa cooperação”, declarou Bogdanov.

Em um comunicado, o líder do Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), grupo que derrubou Assad, disse que as discussões com os representantes russos se concentraram em questões fundamentais para a Síria, incluindo a “soberania e integridade territorial”. De acordo com Ahmed al-Sharaa, a Rússia demonstrou apoio as mudanças que estão acontecendo no país.

“A parte russa afirmou o seu apoio às mudanças positivas que estão atualmente a ocorrer na Síria. O diálogo destacou o papel da Rússia na reconstrução da confiança com o povo sírio através de medidas concretas como a compensação, a reconstrução e a recuperação”, disse um trecho do comunicado.

 

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