Os dois alvos de Kassab ao criticar Haddad

Um dos principais caciques do Centrão, Gilberto Kassab (PSD) não costuma dar ponto sem nó. E assim ele fez quando criticou publicamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento na quarta-feira (29/1).

Na avaliação de aliados do presidente do PSD e de outras lideranças do Centrão que conhecem o cacique de perto, Kassab mirou em dois alvos ao atacar Haddad: 1) o ex-presidente Jair Bolsonaro/bolsonarismo e 2) o PSDB.

Em ambos os casos, o objetivo de Kassab seria fazer acenos para reduzir a resistência de integrantes dos dois grupos políticos, com os quais o presidente do PSD planeja projetos político-eleitorais em breve.

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O governador Tarcísio de Freitas e seu secretário Gilberto Kassab

O secretário de Governo de SP, Gilberto Kassab
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Gilberto Kassab (PSD)

Bruna Sampaio e Carol Jacob/Alesp

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O governador Tarcísio de Freitas e seu secretário Gilberto Kassab

Mônica Andrade/Governo de SP

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O secretário de Governo de SP, Gilberto Kassab

Governo do Estado de São Paulo/Divulgação


Entenda a crítica de Kassab a Haddad

  • Em evento do mercado financeiro na quarta-feira (29/1), Gilberto Kassab chamou Fernando Haddad de ministro “fraco”.
  • O presidente do PSD também afirmou no evento que, se a eleição de 2026 fosse hoje, o presidente Lula perderia a disputa.
  • A crítica de Kassab a Haddad foi vista por aliados e outros caciques do Centrão como um aceno do presidente do PSD ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao PSDB.

Kassab sonha em ser o candidato a vice de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2026, caso o atual governador de São Paulo tente reeleição. Os planos dele, contudo, esbarram numa forte resistência de Bolsonaro e do bolsonarismo.

“Kassab está preparando o terreno para se aproximar do eleitor do Tarcísio, que rejeita ele pela proximidade com o PT”, disse à coluna um influente parlamentar do PSD. “Ele está jogando tudo por SP, para ser vice do Tarcísio”, afirmou outro aliado.

A estratégia de Kassab foi percebida pelo entorno do próprio governador paulista. “Ele quer se aproximar do Bolsonaro”, avaliou à coluna um auxiliar próximo de Tarcísio, pedindo reserva.

Já a sinalização de Kassab ao tucanos mira a negociação de fusão entre PSD e PSDB. Ao criticar Haddad, o cacique estaria acenando para a ala do tucanato que faz oposição ao governo Lula.

Kassab desembarca em Brasília

Um dia após a crítica a Haddad, Kassab desembarca em Brasília nesta quinta-feira (30/1). Na cidade, participará de encontro com deputados e senadores do PSD e das articulações para sucessões na Câmara e no Senado.

O PSD tem cobrado mais espaços no governo Lula. Hoje, a sigla tem três ministérios: Pesca, Agricultura e Minas e Energia. No Planalto, há quem aposte que as crítica de Kassab também teriam a ver com esse apetite por cargos.

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